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Lula e Maduro
Lula aguarda Nicolás Maduro no Brasil para a Cúpula da Amazônia, em Belém| Foto: André Borges/EFE

Fontes do governo brasileiro revelaram à Gazeta do Povo que o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, é um dos participantes confirmados para a Cúpula da Amazônia. O evento, organizado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), acontece na cidade de Belém, no Pará, entre os dias 4 e 9 de agosto. Com a participação dos oitos países amazônicos, o encontro ainda deve reunir a população civil, ministros e representantes governamentais dos países amazônicos e convidados.

É a segunda vez que o ditador venezuelano deve vir ao Brasil neste ano. Na primeira, em maio, Lula causou indignação até mesmo entre esquerdistas ao afirmar que a ditadura da Venezuela era apenas uma narrativa. O regime de Caracas é responsável por perseguição, prisões e assassinatos de opositores, mas tenta passar uma imagem de democracia realizando periodicamente eleições manipuladas.

Além de Maduro, os líderes da Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Guiana e Suriname, que integram a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), também já sinalizaram que vão vir ao Brasil para participar do evento.

O presidente francês, Emmanuel Macron, também foi convidado por Lula para a Cúpula com o intuito de representar a Guiana Francesa – região ultramarina da França na América do Sul. O francês, no entanto, não vai participar do evento, conforme apurou a reportagem.

Além de Macron, os presidentes da Alemanha, da Noruega, da Indonésia, da República do Congo e da República Democrática do Congo também foram convidados para participar da Cúpula. A presença dessas autoridades, no entanto, ainda não foi confirmada.

Lula insiste em reintegrar Maduro em discussões na América do Sul

A presença de Maduro para o evento é tida como uma nova tentativa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de reaproximar o venezuelano das discussões na América do Sul. O apoio que o petista tem dado ao ditador, contudo, tem causado mau estar com os países vizinhos.

Em maio, Maduro veio ao Brasil para participar da Cúpula da América do Sul, evento realizado pelo mandatário brasileiro com o intuito de reativar o diálogo entre os países sul-americanos. A presença do ditador, no entanto, foi motivo de críticas ao petista.

O presidente do Uruguai, Luís Lacalle Pou; o argentino, Alberto Fernández; e o chileno, Gabriel Boric, criticaram a presença do venezuelano no encontro. Na Cúpula, Lula ainda defendeu que a Venezuela fosse reintegrada ao Mercosul – país foi suspenso do bloco econômico em 2017 devido à crise democrática e às denúncias de violação dos direitos humanos cometidas por Maduro.

Para a Cúpula da Amazônia, marcada para acontecer entre os dias 4 e 9 de agosto, o clima deve ser "menos tenso" para os líderes de esquerda, já que os países que se opõe à essa aproximação de Lula à Venezuela não participam do encontro.

Cúpula da Amazônia deve discutir sustentabilidade e defesa da região

A Cúpula da Amazônia vai reunir os oito países que formam a floresta amazônica com o intuito de discutir ações de sustentabilidade, defesa e desenvolvimento da região. No encontro, o governo brasileiro também tem o intuito de fortalecer a OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica).

A organização é formada pelos oitos países amazônicos que fazem contribuições financeiras e se reúnem periodicamente para pensar em ações de preservação da Amazônia, para melhorar a qualidade de vida das populações locais, compartilhar informações e promover ações conjuntas na região.

Conforme apurou a reportagem, os dois primeiros dias do evento devem ser destinados a reuniões com membros da sociedade civil e lideranças da preservação ambiental. Nos dois últimos dias evento, Lula se reúne com os demais presidentes, ministros e chefes de Estado para as reuniões previstas para a Cúpula.

Durante o evento, Lula também deve ter encontros bilaterais com outros presidentes, mas até o momento nenhuma ainda foi confirmada.

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