O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou, nesta sexta-feira (4), decreto que permite o Brasil voltar a comprar energia do governo do ditador Nicolás Maduro, da Venezuela. As informações foram dadas pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira durante entrevista à Globo News.
O acordo afeta principalmente o estado de Roraima, que não é conectado à rede elétrica brasileira e tem que produzir energia por geradores. O acordo pode resolver o problema, mas só momentaneamente. Isso porque Roraima ficará dependente da ditadura venezuelana. Uma solução que preservaria a soberania brasileira seria construir linhas de transmissão para conectar o Estado.
O mandatário brasileiro cumpriu, durante a manhã desta sexta, agenda no estado do Amazonas, onde relançou o programa Luz Para Todos.
“Estamos reforçando as ações para a integração energética da América Latina. O decreto permitirá realizar contratos para a trazer energia limpa e renovável da Venezuela, da usina de Guri, que volta a ter um papel importante para garantir energia barata e sustentável para Roraima e para o Brasil. É a reconstrução da integração energética da América Latina”, disse o ministro durante o evento em Parintins (AM), ao lado de Lula.
Lula tem tentado forçar os países da América Latina a apoiar o ditador Maduro não porque exista algum benefício para o Brasil, mas por causa de sua agenda ideológica de esquerda.
O intuito, com a negociação, é que Roraima retome a compra de energia da hidrelétrica venezuelana de Guri.
Atualmente, o Brasil mantém contratos parecidos com Argentina, Uruguai e Paraguai por meio da Usina de Itaipu. Com a Venezuela, porém, o contrato foi rompido em 2019, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Até naquele momento, a maior parte do fornecimento elétrico de Roraima vinha do país vizinho.
Com a decisão, contudo, é preciso que o país de Nicolás Maduro faça a restauração da linha de transmissão de 715 quilômetros da usina até a divisa do Brasil. As obras só devem ser concluídas entre 2024 e 2025. Com a retomada desse fornecimento, a expectativa é que as tarifas energéticas tenham uma redução ainda nos próximos anos.
“Antes se falava da energia de Guri apenas para suprimento de Boa Vista e Roraima. Que aliás nunca deveria ter sido paralisado. Agora, como nós estamos autorizando fazer o Linhão de Manaus a Boa Vista, vamos estar com todo Brasil interligado no sistema integrado nacional. Ou seja, a energia da Venezuela poderá ajudar na segurança energética do Brasil, e nós poderemos também vender para a Venezuela em momentos de bonança hídrica. Hoje nós já estamos vendendo energia para a Argentina”, completou o ministro.
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