Ouça este conteúdo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atacou a atual legislatura do Congresso afirmando que o Poder Legislativo nunca teve uma “qualidade baixo nível” como tem agora. A dura crítica foi feita durante um evento oficial do governo no Rio de Janeiro com a presença do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), no palco e sendo citado nominalmente pelo petista.
Lula e o Congresso estão em crise entre sucessivas vitórias e derrotas de cada lado, mas, principalmente, após o governo ter perdido a votação da “MP da Taxação”, na semana passada, que elevaria alguns tributos para aumentar a arrecadação e fechar as contas do próximo ano. Com isso, a equipe econômica está ameaçando cortar R$ 7 bilhões em emendas parlamentares e já começou a demitir deputados de partidos aliados que votaram contra a proposta.
“Tem que analisar qual é o compromisso das pessoas. O Hugo é presidente desse Congresso, ele sabe que esse Congresso nunca teve a qualidade de baixo nível como tem agora”, disparou Lula.
O presidente, no entanto, errou ao titular Motta como presidente do Congresso – ele preside apenas a Câmara, enquanto que o Parlamento como um todo é comandado pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP), que acumula também a chefia do Senado Federal.
Um pouco antes do discurso de Lula, Motta foi vaiado ao ser anunciado como participante da cerimônia e ouviu gritos de “sem anistia” dos professores que participavam do ato. O ministro Camilo Santana, da Educação, tentou contornar a situação lembrando de pautas aprovadas pelo Congresso – o que não mudou o tom dos protestos.
Ainda no discurso no evento, Lula seguiu nos ataques disparando contra políticos da direita e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Aquela extrema direita que se elegeu na eleição passada é o que existe de pior. A gente não pode ter um presidente que nega que existiu a Covid, que nega vacina, que distribui remédio para as pessoas tomarem que não vale nada”, disparou.
VEJA TAMBÉM:
Lula fez ataques semelhantes em outros momentos do discurso, principalmente em crítica ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) que está nos Estados Unidos. “A gente não vai permitir a volta de mentiroso nesse país. Chega de cidadão ir para os Estados Unidos tentar inflar os americanos contra nós”, afirmou.
O petista seguiu nos ataques ao Congresso e afirmou que as pessoas precisam ter consciência na hora de votar na eleição do ano que vem, para não eleger políticos que não tenham coerência com o presidente que venha a ser eleito, para não colocar “a raposa para tomar conta do galinheiro”.
