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O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, passa simbolicamente a presidência do G20 a Lula neste domingo, em cerimônia de entrega de mudas de árvores
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, passa simbolicamente a presidência do G20 a Lula neste domingo, em cerimônia de entrega de mudas de árvores| Foto: Ricardo Stuckert / PR

Em seu discurso no encerramento do G20 neste domingo (10), Lula reforçou a necessidade de que o bloco foque menos em assuntos que geram divisão interna, como a guerra na Ucrânia, e coloque “a redução de desigualdades no centro da agenda internacional”. Ao receber simbolicamente a presidência do grupo, que exercerá de dezembro deste ano até novembro de 2024, o petista cobrou a transferência de recursos e de tecnologia dos países ricos para combater as mudanças climáticas, além de “maior participação dos países emergentes nas decisões do Banco Mundial e do FMI”.

Lula também criticou o sistema financeiro, alegando que a atuação conjunta das economias mais ricas do mundo “foi insuficiente para corrigir os equívocos estruturais do neoliberalismo”. “A arquitetura financeira global mudou pouco, se tratarmos da questão da desigualdade. A desigualdade de renda, acesso à saúde, educação, alimentação, gênero, raça e de representação está na origem de todas essas anomalias”, disse. “Precisamos redobrar esforços para alcançar a meta de acabar com a fome no mundo até 2030, caso contrário estaremos diante do maior fracasso multilateral dos últimos anos.”

Em seu discurso, o petista cobrou reformas na OMC e no Conselho de Segurança da ONU. “A OMC tem que ser revitalizada e seu sistema de solução de controvérsias precisa voltar a funcionar. Para recuperar força política, o Conselho de Segurança da ONU precisa contar com novos países em desenvolvimento entre seus membros permanente e não permanentes”, disse.

Na fala, Lula reforçou seu posicionamento de que o G20 não é lugar para a resolução de conflitos, como a guerra entre Rússia e Ucrânia. “Não podemos deixar que questões geopolíticas sequestrem agenda de discussões de várias instâncias. Não nos interessa um G20 dividido. Só com uma ação conjunta podemos fazer frente aos desafios de nossos dias. Precisamos de paz e de cooperação em vez do conflito”, afirmou.

No sábado (9), em entrevista à TV indiana, Lula disse que convidará Vladimir Putin para a cúpula do bloco no Brasil, em novembro de 2024, garantindo que ele não será preso no país, apesar de o Tribunal Penal Internacional (TPI) ter emitido um mandado de prisão contra ele no início deste ano.

Sob a presidência brasileira e com o lema "Construir um mundo justo e um planeta sustentável", Lula explicou que o G20 focará em três prioridades: inclusão social, transição energética e desenvolvimento sustentável nas esferas social, econômica e ambiental. Nesse sentido, ele prometeu lançar duas forças-tarefas durante seu mandato à frente do grupo: a “Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza” e a “Mobilização Global Contra a Mudança do Clima”.

Lula também mencionou aos líderes mundiais as chuvas que assolaram o Rio Grande do Sul, deixando mais de 40 mortos. "Isso nos chama atenção porque fenômenos como esse têm acontecido nos mais diferentes lugares do nosso planeta", disse.

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