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Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores, será enviado à Ucrânia.
Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores, será enviado à Ucrânia.| Foto: Ricardo Stuckert/Palácio do Planalto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou neste sábado que o seu assessor e ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, viajará a Kiev na semana que vem para se encontrar com o presidente da Ucrânia, Volodymir Zelensky, e discutir "como alcançar a paz".

Lula anunciou a viagem de Amorim durante uma entrevista coletiva em Londres, após ter assistido à coroação do rei Charles III.

Amorim foi a Moscou há pouco mais de um mês para se encontrar com o presidente russo, Vladimir Putin, e Lula explicou que agora fará o mesmo com Zelensky, tudo no âmbito dos esforços do governo brasileiro para procurar alternativas de negociação.

"É preciso acabar com a guerra e criar um ambiente de negociação", mas para isso "é preciso parar de atirar", disse Lula, que desde o início do conflito tem insistido que "são muito poucos os que falam de paz".

O mandatário revelou que, no âmbito da coroação de Charles III, teve um breve encontro com o presidente francês, Emmanuel Macron, com quem combinou de conversar por telefone nos próximos dias, para apresentar sua visão em relação à invasão russa na Ucrânia.

Lula disse que lhe dirá "a mesma coisa" que já falou com outros líderes europeus, com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e com o presidente chinês, Xi Jingping: "Tem muita gente que fala de guerra e pouca gente que fala de paz".

O presidente brasileiro propôs a criação de um grupo de países que possam atuar como mediadores entre Rússia e Ucrânia, a fim de alcançar um "cessar-fogo" que levaria a uma rodada de negociações.

No entanto, a maioria dos países ocidentais não concorda com esta proposta, que, segundo os Estados Unidos e a Europa, colocaria "o agressor e o agredido" no mesmo nível.

Críticas à postura do petista

Lula foi criticado durante visita a Portugal no fim de abril ao afirmar que a Ucrânia era corresponsável pela guerra que foi provocada pela Rússia. Depois ele tentou voltar atrás da alegação e negou ter “igualado” responsabilidades quanto ao conflito, mas voltou a fazer críticas à Ucrânia. “A Rússia não quer parar, a Ucrânia não quer parar”, afirmou o presidente.

No mesmo discurso feito em Portugal, o presidente brasileiro afirmou que o país se manteria neutro e não pretendia apoiar nenhum dos dois países. Ainda que tenha falado sobre o desejo da “neutralidade”, as alegações de Lula o colocaram em uma posição favorável à Rússia na guerra.

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