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Lula
Presidente Lula criticou a ação de contra-ataque do governo israelense contra os ataques terroristas do Hamas.| Foto: reprodução/Canal Gov

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o governo de Israel pelo contra-ataque a Gaza em represália aos atos terroristas do Hamas há 18 dias, que desencadearam a guerra que já vitimou mais de 7 mil pessoas no Oriente Médio.

A declaração foi dada durante a live semanal “Conversa com o Presidente” desta terça (24), retomada após quase um mês em que Lula passou ausente das transmissões para se recuperar da cirurgia no quadril que fez no final de setembro.

“Não é porque o hamas cometeu um ato terrorista contra Israel que Israel tem que matar milhões de inocentes”, disse Lula durante a live, cometendo um erro ao dizer que “milhões” morreram. Segundo a Organização das Nações Unidas, o lado palestino teve 5,7 mil mortes, enquanto que o conflito vitimou 1,4 mil israelenses.

Ele disse esperar, ainda, que "Israel tenha compreensão, que o Hamas tenha compreensão do erro que cometeu", ressaltando a morte de crianças nos hospitais de Gaza. "Não podemos falar que as crianças são o futuro da nação [Brasil] e não chorar pelas que estão morrendo [em Gaza]", completou.

Lula diz que a guerra ainda não foi interrompida por uma falta de força da Organização das Nações Unidas (ONU) e dos Estados Unidos. “Mas não querem, as pessoas querem guerra, estimular o ódio”, disse.

Ele, no entanto, não vê por esse lado e diz que vai continuar “falando de paz”, o que sinaliza a intenção já ventilada na semana passada pelo ministro Mauro Vieira, das Relações Exteriores, de apresentar mais uma proposta de resolução no Conselho de Segurança da ONU para se fazer uma interrupção humanitária no conflito para a retirada de estrangeiros de Gaza – brasileiros, entre eles – e a entrada de ajuda aos palestinos.

Segundo o presidente, as pessoas “estão sendo irracionais”.

“Podem me criticar o quanto quiserem, o Lula vai continuar falando de paz e chorando pela morte das crianças, e pela morte de ontem [segunda, 23] em São Paulo [em mais um ataque a uma escola]. Essa minha indignação contra a pobreza está virando uma indignação contra a burrice e a ignorância do ser humano, as pessoas estão sendo irracionais”, completou.

Lula ainda disse que já falou com diversas autoridades e presidentes de outros países para que se abra um corredor humanitário em Gaza, mas que ainda falta conversar com os líderes da China, da África do Sul e do Catar, que teria uma interlocução mais próxima com o Hamas.

Ele ainda defendeu que Israel e Palestina se sentem à mesa para discutir o fim do conflito e a solução de criar dos Estados para os povos. “Vou continuar falando, gritando e telefonando”, disse.

Ainda neste tema, Lula afirmou que vai continuar trazendo de Israel todos os brasileiros que expressarem a intenção de serem resgatados e que, na medida do possível, também trará estrangeiros de países próximos, da América Latina. "Ninguém larga a mão de ninguém", disse o presidente reafirmando não quer saber "qual o partido delas ou em quem votaram".

A operação Voltando em Paz, do governo e da Aeronáutica, repatriou mais de 1,4 mil brasileiros e alguns estrangeiros em oito voos. Há ainda mais um aguardando no aeroporto do Cairo para resgatar um grupo de cerca de 30 brasileiros em Gaza, e que está impedido de sair por causa do fechamento da fronteira com o Egito.

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