O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revelou que foi a primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, conhecida como Janja, que o convenceu a não aceitar um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no dia 8 de janeiro do ano passado, quando preferiu fazer uma intervenção na segurança pública do Distrito Federal.
Na época, foram apresentadas a ele diversas possibilidades para conter e retomar a segurança pelas forças do DF sobre os manifestantes que invadiram e vandalizaram as sedes dos Três Poderes. Uma delas foi a intervenção, apresentada pelo ministro Flávio Dino, da Justiça, e assinada à tarde durante uma visita que fazia à cidade de Araraquara (SP).
“Foi a Janja que me alertou: ‘não aceita GLO, porque GLO é tudo o que eles [militares] querem, é tomar conta do governo’. Se eu dou autoridade para eles, eu dou o governo para eles”, disse Lula em entrevista à TV Globo exibida neste domingo (7).
A declaração é semelhante a outras dadas anteriormente tanto por Lula como pelo ministro José Múcio Monteiro, da Defesa, sobre a atuação de Janja ao ouvir a sugestão de uma pessoa da equipe presidencial para decretar uma GLO.
Na mesma entrevista veiculada neste final de semana, o prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), disse que a posição de Janja foi “enfática” ao alertar Lula sobre a aceitação de uma GLO.
Desde o começo do novo governo, Lula tem dado carta branca a Janja para atuar no governo, ouvindo recomendações e até mesmo se reunindo com ministros e outros integrantes do alto escalão do governo. No final do ano passado, ele afirmou em uma live que ela é uma “agente política” com papel atuante no governo.
“Ela era uma agente política antes de eu a conhecer, continua sendo, por isso que eu falo que ‘você faça o que você quiser’, cada um de nós sabe as nossas tarefas, nossas missões. Ela não precisa de cargo para ser importante, para fazer o trabalho que ela quiser fazer, se quiser visitar alguém, um estado”, afirmou.
Na manhã desta segunda (8), Janja publicou um vídeo nas redes sociais em que diversas personalidades artísticas e políticas, além de cidadãos, entoam a palavra “democracia” em referência aos atos de 8 de janeiro de 2023.
Ela escreveu que “o Brasil é um só. Um país que respeita a decisão soberana de seu povo. Nossas vozes se unem para lembrar que a democracia prevaleceu”.
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