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Esplanada dos Ministérios

Lula demite Cida Gonçalves e coloca Márcia Lopes no comando do Ministério das Mulheres

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Acompanhado da ex-ministra Cida Gonçalves, Lula empossa Márcia Helena Carvalho Lopes como ministra das Mulheres (Foto: Ricado Stuckert / PR)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oficializou nesta segunda-feira a troca no comando do Ministério das Mulheres. Cida Gonçalves foi demitida e substituída por Márcia Lopes, ex-ministra do Desenvolvimento Social (2010-2011). O petista comunicou a então ministra sobre a mudança no fim da semana passada e Márcia assinou nesta segunda-feira o termo de posse.

De acordo com o comunicado do Planalto, "a exoneração de Cida Gonçalves e a nomeação de Márcia Lopes serão publicadas ainda hoje, em edição extra do Diário Oficial da União".

A troca de comando na pasta já é a quinta mudança na Esplanada dos Ministérios só este ano. A troca faz parte da "reforma ministerial" executada pelo presidente Lula em meio à queda de popularidade e escândalos envolvendo ministros.

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Márcia Lopes, que é assistente social e professora, participou da coordenação do grupo de assistência social na transição de governo. Ela é irmã de Gilberto Carvalho, secretário do Ministério do Trabalho e ex-chefe de gabinete de Lula.

Cida Gonçalves foi denunciada por assédio moral

Cida Gonçalves foi denunciada por assédio moral. Pelo menos cinco denúncias teriam sido feitas por ex-funcionárias do ministério das Mulheres e entregues à Controladoria-Geral da União (CGU) no final do ano passado. De acordo com o Estadão, que teve acesso a essas denúncias, ameaças de demissão a servidores, cobrança de trabalho em prazo exíguo, tratamento hostil, manifestações de preconceito e gritos teriam ocorrido no ambiente de trabalho.

Na época, o Ministério das Mulheres informou ser contra todo tipo de discriminação e ressaltou que daria andamento e prestaria apoio à investigação de qualquer denúncia feita formalmente. O caso chegou a ser investigado pelo Comitê de Ética da presidência, mas foi arquivado em fevereiro.

As denúncias contra Cida ocorreram após a demissão de Silvio Almeida do Ministério dos Direitos Humanos. Ele foi acusado de ter importunado sexualmente a ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial.

Lula já afastou outros 3 ministros por pressão de denúncias e fez 7 mudanças para acomodar aliados

Na semana passada, o governo anunciou a nomeação do ex-deputado Wolney Queiroz (PDT-PE) como novo ministro da Previdência Social após o pedido de demissão apresentado por Carlos Lupi, que vinha sofrendo pressão por conta da repercussão negativa do escândalo bilionário dos chamados descontos associativos.

No mês passado, o então ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União-MA), pediu demissão após ter sido denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposto desvio de emendas parlamentares quando era deputado federal. 

Com a saída de Juscelino, o comando da pasta das Comunicações foi para o engenheiro civil Frederico de Siqueira Filho, que é próximo do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

Em julho de 2023, Lula confirmou a demissão da então ministra do Turismo, Daniela Carneiro, pivô da primeira crise do governo por conta da sua ligação dela com a família de Juracy Alves Prudêncio, o Jura, condenado por chefiar uma milícia na Baixada Fluminense.

Jura é ex-sargento da Polícia Militar e foi condenado a 22 anos de prisão pelos crimes de homicídio e associação criminosa.

Com a saída de Daniela, Lula nomeou o deputado federal Celso Sabino (União-PA) para comandar a pasta do Turismo.

"Reforma ministerial" a conta-gotas

Um movimento no sentido de "reforma ministerial" começou em janeiro de 2025 com a troca no comando da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), quando o então ministro Paulo Pimenta (PT) foi substituído pelo marqueteiro Sidônio Palmeira. 

No mês seguinte, em fevereiro deste ano, o presidente Lula demitiu a então ministra da Saúde, Nísia Trindade, e a substituiu por Alexandre Padilha (PT), que ocupava a Secretaria de Relações Institucionais.

Com a mudança, a deputada e ex-presidente do PT, a deputada paranaense Gleisi Hoffmann, assumiu o lugar de Padilha na Secretaria, que tem status de Ministério.

Em fevereiro de 2024, o presidente Lula nomeou o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, para o ministério da Justiça no lugar de Flávio Dino, que havia sido aprovado na sabatina do Senado para ocupar no STF a cadeira deixada vaga pela ministra aposentada Rosa Weber.

Em julho de 2023, Lula resolveu tirar Ana Moser do comando do Ministério do Esporte e passar o cargo ao deputado federal André Fufuca (PP-AM), que assumiu o comando do da pasta no início de setembro daquele ano.

Em setembro de 2023, Lula transferiu do então ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, para o recém-criado Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.

A mudança abriu espaço para que o deputado federal Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) assumisse o Ministério de Portos e Aeroportos.

A dança das cadeiras nos Ministérios faz parte do esforço do governo para ampliar a sua base aliada no Congresso Nacional, ao tentar se aproximar dos partidos do centrão.

G. Dias foi o primeiro ministro a cair após a divulgação de imagens do 8/1

O então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Marco Edson Gonçalves Dias, foi o primeiro a cair. O militar pediu exoneração do cargo em 19 de abril de 2023, após a divulgação de imagens que mostraram o militar circulando tranquilamente dentro do Planalto durante os atos do 8 de Janeiro.

O GSI foi comandado interinamente por Ricardo Cappelli por cerca de um mês após a saída de G. Dias. Em maio de 2023, o general Marcos Amaro dos Santos assumiu a pasta.

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