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O presidente Lula (PT) reclamou das críticas recebidas por ter poupado a Venezuela em seu discurso na 79ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nos Estados Unidos, na semana passada.
“Por que eu tenho que falar da Venezuela em todo o lugar? Eu não falo nem da Janja [primeira-dama] em todo lugar. Por que eu vou falar da Venezuela? Eu falo o que me interessa falar. O discurso que eu queria fazer era aquele. E foi muito bom discurso”, disse Lula a jornalistas, na segunda-feira (30), no México.
O petista está no México para participar da cerimônia de posse da nova presidente, Claudia Sheinbaum, nesta terça-feira (1).
No discurso na ONU, Lula cumprimentou a comissão palestina, criticou a reação de Israel contra grupos terroristas, defendeu a taxação dos chamados super-ricos, atacou Elon Musk, pediu a retomada do diálogo entre Ucrânia e Rússia, e citou os incêndios florestais no Brasil.
Lula estourou o tempo de 5 minutos determinado para cada discurso e teve o microfone cortado antes de encerrar sua fala.
O petista também falou sobre promoção de igualdade de gêneros e sobre a luta contra o racismo e as formas de discriminação; e afirmou ainda que é preciso combater a fome no mundo.
Críticas
A ausência do tema da crise na Venezuela no discurso de Lula foi criticada pela organização Human Rights Watch.
“Não é momento para manter silêncio. O Brasil e a Colômbia podem e devem fazer muito mais para impulsionar uma transição para a democracia e fazer a vontade popular valer”, disse a diretora da Divisão das Américas da entidade, Juanita Goebertus.
Apesar de Lula dizer que o seu discurso foi “muito bom”, a sua participação na Assembleia da ONU foi ignorada pela imprensa internacional, como mostrou um levantamento feito pela Gazeta do Povo, na semana passada.