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Lula
Enquanto Lula estabelece relações com partidos do Centrão, PT critica abertura dos cofres para pagar emendas parlamentares.| Foto: André Borges/EFE

Na mesma semana em que demitiu a presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, para acomodar um indicado do Centrão e ampliar a base governista na Câmara dos Deputados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconheceu que precisa do bloco de partidos para governar – sob críticas da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.

Este movimento do Centrão para emplacar indicados do PP – o mais recente, com a indicação de Carlos Vieira para o banco estatal – e do Republicanos semanas antes ocorre justamente num momento em que o governo está empenhado em angariar apoio no Congresso, com especial foco na aprovação de pautas econômicas importantes para o país.

A exoneração de Rita Serrano foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta segunda (30), mas sem confirmar a nomeação do novo presidente da Caixa.

Em um gesto de franqueza, o próprio presidente Lula admitiu ter feito um acordo com os dois partidos para a entrada das siglas no governo, por necessitar dos “votos” delas no Legislativo.

“Eu fiz um acordo com o PP, com Republicanos, acho que é direito deles, que gostariam de ter espaço no governo, indicar uma pessoa que já passou pela Caixa, pelo governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), e pelo Ministério das Cidades. Uma pessoa com currículo. E juntos, esses partidos têm mais de 100 votos. Eu precisava desses votos para dar continuidade ao governo," afirmou o presidente na última sexta (27).

No mesmo dia, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, criticou a movimentação de parlamentares em busca de controle sobre parcelas ainda maiores do Orçamento. Em redes sociais, a deputada enfatizou que as propostas de pagamento de mais emendas ao governo “servem apenas para satisfazer interesses políticos insaciáveis”.

“No momento em que o país necessita direcionar investimentos para o crescimento e políticas públicas estruturantes, deputados buscam obrigar o governo a pagar emendas de comissões permanentes. Isso configura mais uma intervenção inadequada na aplicação do Orçamento da União”, afirmou nas redes sociais.

Gleisi se referia a discussões no Congresso sobre a tornar obrigatória a execução das emendas de comissões, impondo ao governo o pagamento de uma verba equivalente a R$ 7,5 bilhões em 2023. Se aprovada, essa mudança reduziria o controle do governo Lula sobre a execução do Orçamento de 2024, um ano que se vislumbra como crucial devido às eleições municipais.

Apesar de ter criticado a relação entre o Centrão e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha eleitoral, o presidente Lula estabeleceu uma aliança com esse mesmo grupo político e reiteradamente tem cedido cargos e recursos públicos em troca de apoio para votações no Legislativo.

“Eu não fiz negociação com o Centrão, eu não converso com o Centrão, vocês nunca me viram fazer reunião com o Centrão. Eu só converso com partidos políticos que estão legalizados, que elegeram bancadas. Portanto, com eles é que eu tenho que conversar para estabelecer um acordo”, declarou o presidente.

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