Em seu discurso durante a cerimônia de posse do novo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, nesta quinta-feira (1º), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) relativizou a ação de um criminoso histórico que ganhou fama por furtar casas em São Paulo, Gino Meneghetti (1878 - 1976). Lula disse: “não tinha vítimas, ele gostava de assaltar as casas. Hoje nós sabemos o que é o crime organizado”.
Meneghetti cometia crimes de furto e havia sim vítimas, que tinham seus bens furtados. Mas as vítimas não eram abordadas à mão armada pelo criminoso. Lula desenvolveu seu raciocínio dizendo que hoje o crime organizado é uma indústria multinacional.
A relativização dá a ideia de que alguns tipos de crimes podem ser tolerados pela sociedade e outros não, segundo analistas. A declaração no discurso de hoje, contudo, não foi a primeira em que Lula é apontado por estar relativizando crimes de furto ou roubo. Em ocasiões anteriores, em 2017, o petista chegou a dizer que há cidadãos que “roubam celular” para “ganhar um dinheirinho”, atribuindo a criminalidade urbana a problemas sociais.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, Lula ainda disse: “'Um jovem que está trabalhando, que recebe um salário e pode comprar um celular bonito como este teu, ele não tem porque assaltar uma pessoa para roubar um celular’”. As afirmações geram diversas críticas ao petista que foi acusado de relativizar os casos citados por ele.
O criminoso citado por Lula nesta quinta-feira (1) é o ladrão de jóias Gino Amleto Meneghetti, que ficou mais conhecido como Gato de Telhado. Por mais de 50 anos, o imigrante italiano fez diversos assaltos a casas em São Paulo. Além de luxuosas residências no radar do ladrão, Meneghetti também assaltava joalherias e casas de câmbio e mansões. O italiano só foi preso em flagrante em 1968, quando tentava assaltar uma casa na zona sul de São Paulo. À época, ele já estava com 90 anos de idade.
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