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Desastre ambiental

Marinha não sabe dizer quanto óleo ainda chegará à costa brasileira

Óleo na costa de Pernambuco
Óleo teria vazado de navio grego, segundo as autoridades brasileiras. (Foto: Léo Malafaia/AFP)

No dia seguinte à declaração do presidente Jair Bolsonaro de que o pior está por vir em relação às manchas de óleo que atingem, desde setembro, as praias do nordeste brasileiro, o Ministério da Defesa, a Polícia Federal e o Ibama apresentaram ao presidente todas as ações de contenção de monitoramento das manchas, contenção dos danos ambientais, investigação e responsabilização dos envolvidos no derramamento de óleo.

Na sequência, em entrevista coletiva, o delegado da Polícia Federal Franco Perazzoni e o comandante de Operações Navais da Marinha, Almirante Puntel, afirmaram que ainda não há informação de quanto óleo foi vazado, quanto óleo ainda poderá chegar à costa brasileira, e quais regiões ainda podem ser atingidas.

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“Esse acidente é totalmente inusitado, a gente não tem as definições corretas. Então, temos que estar vigilantes. É uma situação inédita, nunca aconteceu no Brasil, nem no mundo. Todos os outros derramamentos de óleo na história, sabia-se desde o princípio quem era o causador, a quantidade que poderia ter vazado, trabalhava-se na contensão. Agora, não se sabe a origem, não se sabe a quantidade derramada, é um óleo que navega submerso, até o destino é imprevisível”, disse o almirante.

Ele comunicou que, após achegada de fragmentos de óleo no santuário ecológico de Abrolhos, na Bahia, já foi determinado, pelo Ministério de Defesa, a incorporação do 1º Distrito Naval à operação, batizada de "Amazônia Azul – Mar Limpo é Vida", para monitorar a costa do Espírito Santo, e o risco de o óleo chegar ao Sudeste do país.

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Puntel disse, no entanto, que os relatórios diários produzidos pela Operação indicam diminuição na chegada de óleo às praias. "O que nós estamos vendo nos últimos dias é um arrefecimento real, estatístico, da quantidade de óleo que está chegando às praias. Há mais de seis dias que não chega óleo a Pernambuco", disse Puntel, que não quis comentar a declaração do presidente de que o pior estaria por vir.

O delegado Perazzoni explicou como a Polícia Federal chegou ao navio grego Bouboulina como principal suspeito do derramamento de óleo. “Foram analisadas mais de 90 amostras de óleo pelo laboratório de estudos químicos da Marinha e todas deram resultado para o mesmo tipo de óleo. Com geointeligência, buscamos imagens de radares que pudessem indicar a origem deste vazamento e recebemos um relatório que apontava uma mancha negra em uma área que, pela data, pelas correntes marítimas e pelo vento, conclui-se viável como origem. E ao rastrear as embarcações que passaram por aquele local, apenas este navio passou no período do registro da mancha”, explicou, reforçando que o navio é tratado como suspeito e que a PF já pediu à Interpol para que a empresa responsável pela embarcação, a Delta Delta Tankers, seja notificada para prestar esclarecimentos.

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Esforços e contingente

As buscas nas praias nordestinas demandaram, até o momento, mais de 3.370 militares da Marinha e um total de 27 navios, além de 14 aeronaves. Atuam nessa operação, 5 mil militares do Exército Brasileiro em 140 viaturas, 140 servidores do Ibama, 40 do ICMBio e 440 funcionários da Petrobras.

De acordo com o levantamento feito pelo Ibama, foram contabilizadas quase 4 mil toneladas de resíduos de óleo retirados das praias nordestinas. O óleo já atingiu 314 localidades de 110 municípios em nove estados do Nordeste brasileiro. Nesta segunda-feira (4), a Marinha informou que decidiu enviar para auxiliar na operação no Nordeste seus dois maiores navios: o Atlântico, um porta helicópteros, e o navio-doca Bahia, que já deixaram o Rio de Janeiro.

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