O depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na tarde de segunda (11), durou mais de 9 horas e terminou apenas na madrugada desta terça (12) à Polícia Federal, em Brasília. Foi a sétima oitiva dele às autoridades desde o início das investigações em diversos inquéritos, no ano passado.
Cid chegou à sede da PF pouco antes das 15h e saiu por volta da 0h15. Ele foi ouvido na condição de colaborador no âmbito do inquérito que investiga a suposta participação de Bolsonaro, ex-ministros, ex-assessores, aliados e militares em uma tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente no poder.
Mauro Cid figura como colaborador pelo acordo de delação premiada firmado com a PF em setembro do ano passado. Segundo as cláusulas do acordo, Cid é obrigado a fornecer novas informações às autoridades policiais sempre que necessário para não perder os benefícios concedidos.
Os investigadores esperavam que o depoimento desta semana esclareça ou confirme as informações passadas pelo general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, no começo do mês.
Na época em que fechou o acordo de delação premiada, Cid era suspeito nos inquéritos que investigam Bolsonaro, como os presentes recebidos de governos estrangeiros – como as joias da Arábia Saudita – fraudes de registro de vacinação da Covid-19 e o envolvimento na suposta tentativa de golpe de Estado.
A colaboração de Cid foi utilizada pela Polícia Federal para embasar os pedidos de mandados de prisão e de busca e apreensão cumpridos pela PF na Operação Tempus Veritatis, que mirou Jair Bolsonaro, aliados e militares.
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