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A Advocacia-Geral da União (AGU) anunciou nesta quarta-feira (22) que o Ministério Público da Itália emitiu parecer favorável à extradição da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP). A parlamentar foi condenada a 10 anos de prisão, pagamento de multa no valor de R$ 2 milhões e perda do mandato pela invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O hacker Walter Delgatti Neto, que teria atuado a mando da deputada, foi condenado a 8 anos e 3 meses de reclusão e ao pagamento solidário da multa. Após a condenação, ela foi aos Estados Unidos, mas se mudou para a Itália, por ter a cidadania do país europeu.
A deputada foi presa no dia 29 de julho e, desde então, segue aguardando a análise do pedido de extradição feito pelo governo brasileiro. Em nota, a AGU afirmou que a “parlamentar está presa cautelarmente no país europeu, por decisão da Corte de Apelação de Roma, que considerou haver grave risco de fuga”.
“A Advocacia-Geral da União (AGU) atua no processo de extradição da parlamentar com o objetivo de fazer cumprir as determinações da Justiça brasileira”, diz o comunicado. A Gazeta do Povo entrou em contato com a defesa de Zambelli, mas ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.
Nas redes sociais, o advogado Fabio Pagnozzi, que representa a deputada, fez um apelo para que a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, e o vice-primeiro ministro, Matteo Salvini, intercedam por Zambelli. Ele também convocou uma manifestação em defesa de Zambelli para o próximo dia 2, em Roma.
"Ministra Meloni e Ministro Salvini, os senhores — reconhecidos conservadores e defensores da liberdade — continuarão chancelando uma condenação injusta promovida por um juiz brasileiro sancionado pela Lei Magnitsky, punido internacionalmente pelo presidente Donald Trump?", disse Pagnozzi.
"Os senhores sabem bem o que é um Judiciário ideologizado. Irão corroborar com o governo Lula? Lula, que por anos protegeu o terrorista italiano Cesare Battisti no Brasil, negando sua extradição quando a Itália a solicitou. Os senhores realmente pretendem corroborar com um regime de extrema esquerda?", acrescentou.
No início deste mês, a deputada anunciou uma greve de fome após a Corte de Cassação, última instância do Judiciário italiano, rejeitar seu recurso para deixar a prisão. Zambelli também criticou o ministro da Justiça da Itália, Carlo Nordio, que defendeu sua permanência na prisão.
No último dia 15, um grupo de parlamentares da oposição pediu uma revisão da decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), apontando que “não há provas contundentes” contra Zambelli.
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