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Lula ministros
Lula anunciou os últimos nomes que faltavam em sua equipe ministerial e que tomarão posse junto com ele.| Foto: André Borges/EFE

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) completou, nesta quinta-feira (29), a escalação da equipe ministerial que tomará posse com ele no próximo domingo (1°). Serão 37 ministros – 14 a mais do que no atual governo.

O aumento no número de pastas é explicado pela necessidade de formar uma base política no Congresso que garanta governabilidade ao futuro presidente e ao cumprimento de promessas de campanha, como a recriação de pastas como a da Cultura e criação de outras, como o das Mulheres.

Ao todo, nove partidos foram contemplados na distribuição de ministérios: PT, PSB, MDB, PSD, União Brasil, PDT, PCdoB, Psol e Rede. Onze dos 37 ministros escolhidos não são filiados a nenhuma agremiação política. Outras legendas aliadas, como PV, Avante, Pros e Solidariedade, ficaram de fora, mas devem ocupar espaços no segundo escalão da Esplanada.

Ao todo, o governo Lula será composto por 26 ministros homens e 11 mulheres – será a maior representação feminina no primeiro escalão de um governo na história política do Brasil. Entre elas está a primeira ministra indígena, Sonia Guajajara, indicada para a nova pasta dos Povos Originários.

Conheça abaixo a trajetória dos 37 ministros do novo governo Lula (por ordem alfabética):

1) Ana Moser, ministra do Esporte

Ex-jogador de vôlei, ela é fundadora da ONG Instituto Esporte e Educação (IEE), criada em 2001 com objetivo de atender crianças e adolescentes com uma metodologia de esporte educacional, e de formar professores e estagiários. O órgão nasceu do projeto Ana Moser Sports, que visava a formação de atletas baseado no ensino de vôlei em escolas públicas e privadas.

Natural de Blumenau (SC), Ana Moser foi titular da seleção brasileira de vôlei na Olimpíada de Seul, com apenas 20 anos de idade. Participou também dos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992, e quatro anos mais tarde conquistou o bronze em Atlanta. Ela também ajudou o Brasil a levar o ouro três vezes no extinto Grand Prix de Voleibol (1994, 1996 e 1998), e foi prata no Panamericano de Havana (1991). Ela não é filiada a partido político e sua escolha seguiu o critério técnico.

2) André de Paula, ministro da Pesca e Aquicultura

Filiado ao PSD e deputado federal por Pernambuco, foi vereador em Recife entre 1989 e 1991 e deputado estadual entre 1991 e 1999. Após assumir uma vaga na Câmara Federal, afastou-se do cargo para assumir a Secretaria de Produção Rural e Reforma Agrária de Pernambuco, permanecendo na função até 2022. Ele também já ocupou a Secretaria de Cidades em gestões do PSB naquele estado. Nas eleições de 2022, chegou a lançar sua pré-candidatura ao Senado, mas acabou preterido por Teresa Leitão (PT).

3) Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial

Ativista dos direitos das mulheres e dos negros, ela é irmã da ex-vereadora carioca Marielle Franco, assassinada em 2018. Anielle dirige o Instituto Marielle Franco e apoia movimentos contra o racismo, como a Coalizão Negra por Direitos.

4) Alexandre Padilha, ministro da Secretaria de Relações Institucionais

Deputado reeleito pelo PT de São Paulo, é médico formado pela Unicamp, especializado em Infectologia pela USP. Na gestão da presidente Dilma Rousseff, foi ministro da Saúde e responsável pela implantação do Programa Mais Médicos. Antes, foi ministro da Articulação Política durante o segundo mandato de Lula, em 2009. Dentro do PT, é visto como um articulador habilidoso e de credibilidade.

Em 2014, Padilha disputou o governo de São Paulo, mas acabou em terceiro lugar com cerca de 18% dos votos. Foi derrotado por Geraldo Alckmin, que se reelegeu governador ainda no primeiro turno da disputa. Neste ano, Padilha foi um dos principais defensores da aliança de Lula com Alckmin e responsável pela interlocução do petista com o setor empresarial.

5) Alexandre Silveira, ministro das Minas e Energia

Filiado ao PSD, é formado em Direito e ex-delegado de polícia. Em 2003, foi convidado pelo então vice-presidente José Alencar para assumir o cargo de coordenador-geral do DNIT, em Minas Gerais. Um ano depois, foi promovido ao cargo de diretor-geral.

Sua carreira política começou em 2006, quando foi candidato a deputado federal e se elegeu com quase 148 mil votos. Em 2010, disputou a reeleição e teve quase 200 mil votos, a quarta maior votação do estado. Em 2014, a convite de Antonio Anastasia, foi o seu suplente na candidatura ao Senado. Silveira assumiu o mandato de senador em dezembro do ano passado, quando Anastasia foi indicado como ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).

Neste ano concorreu à reeleição no Senado, mas acabou ficando em segundo lugar com pouco mais de 30% dos votos. No segundo turno, Silveira foi um dos principais articuladores da campanha de Lula em Minas.

6) Camilo Santana, ministro da Educação

Senador eleito pelo PT do Ceará, é agrônomo e mestre em desenvolvimento e meio ambiente. Foi governador de 2015 a 2022. Tem uma carreira política que inclui duas secretarias estaduais entre os anos de 2007 e 2011 (Desenvolvimento Agrário e Cidades). Também foi deputado estadual. Ocupou o cargo de superintendente do Ibama no Ceará entre 2003 e 2004.

Durante sua gestão no governo cearense, deu continuidade às políticas educacionais implantadas pela então vice-governadora Izolda Cela, que havia sido secretária estadual de Educação. A dupla conseguiu elevar a qualidade do ensino público do estado, conquistando posições altas nos rankings e avaliações nacionais. Agora, Izolda vai comandar a Secretaria Nacional de Educação Básica.

7) Carlos Fávaro, ministro da Agricultura

Integrante da bancada do agronegócio no Senado, é senador filiado ao PSD pelo Mato Grosso e um dos interlocutores de Lula com o setor. Antes de entrar para a política, Fávaro foi vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil), em 2010, e presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT), de 2012 a 2014.

Na disputa eleitoral de 2014 foi eleito vice-governador no primeiro turno, na chapa encabeçada por Pedro Taques, recebendo 57,25% dos votos. Em abril de 2016, foi nomeado secretário de Meio Ambiente do Mato Grosso, cargo que ocupou até dezembro de 2017. No ano seguinte, disputou uma cadeira do Senado, mas acabou ficando em terceiro lugar, atrás da juíza Selma Arruda (PSL) e Jayme Campos (DEM). Em 2020, no entanto, a Justiça Eleitoral cassou o mandado da juíza Selma, e Fávaro disputou a eleição suplementar para o Senado, onde venceu com quase 26% dos votos.

8) Carlos Lupi, ministro da Previdência Social

Presidente nacional do PDT, será a segunda vez que ele assumirá uma pasta em governos do PT. Em 2007, ele foi ministro do Trabalho e Emprego no governo Lula e posteriormente mantido na pasta pela presidente Dilma Rousseff. Lupi foi um dos principais articuladores da candidatura presidencial de Ciro Gomes, mesmo diante da pressão de integrantes do PDT para que a legenda apoiasse Lula ainda no primeiro turno. Com a derrota de Ciro, o presidente do PDT foi convidado pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, para coordenar a campanha de Lula no segundo turno.

Antes de comandar o PDT, Carlos Lupi foi deputado federal pelo Rio de Janeiro em 1990. No ano seguinte acabou se licenciado para assumir o posto de secretário de Transportes da prefeitura do Rio e depois secretário de Estado do Rio. Nas eleições de 2006, foi candidato ao governo do Rio de Janeiro, ficando em sexto lugar, com 1,52% dos votos. Em 2014, candidatou-se ao Senado, ficando em quinto lugar, com 3,09% dos votos.

9) Cida Gonçalves, ministra das Mulheres

Aparecida Gonçalves já ocupou o cargo de secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres nos governos anteriores de Lula e Dilma Rousseff, e agora volta a um governo petista como ministra.

Natural de Clementina (SP), é ativista do movimento feminista e especialista em gênero e violência contra a mulher. Foi assessora técnica e política da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para a Mulher no governo de Mato Grosso do Sul no período de 1999 a 2000. Também foi assessora da Coordenadoria de Atendimento à Mulher da Secretaria de Estado de Assistência Social Cidadania e Trabalho no período de 2001 a 2002. Cida chegou a se candidatar pelo PT à deputada constituinte em 1986, e depois a cargos públicos no estado do Mato Grosso do Sul.

10) Daniela Carneiro, ministra do Turismo

Deputada federal mais votada do Rio de Janeiro, com 213 mil votos, ela é casada com o prefeito de Belford Roxo (RJ), Wagner Carneiro, o Waguinho. Ele coordenou a campanha eleitoral de Lula na Baixada Fluminense e é presidente do União Brasil no Rio e Janeiro. Daniela foi professora e secretária de Educação do Rio. Também ocupou a pasta de Assistência Social em Belford Roxo, o oitavo maior colégio eleitoral do estado, com mais de 360 mil eleitores.

11) Esther Dweck, ministra de Gestão

Economista também com passagem pelo governo de Dilma Rousseff, ela vai assumir uma pasta criada a partir do desmembramento do Ministério da Economia. Doutora em Economia da Indústria e Tecnologia e professora adjunta na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Esther atuou no passado como assessora econômica e secretária de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento. Ela integra o movimento “Elas no Orçamento”, uma iniciativa colaborativa criada por mulheres da área de planejamento, orçamento e finanças públicas.

12) Fernando Haddad, ministro da Fazenda

Formado em Direito e mestre em Economia, foi candidato ao governo de São Paulo nas eleições deste ano. Ganhou projeção nacional quando esteve à frente do Ministério da Educação (MEC), entre 2005 a 2012, nos governos de Lula e Dilma Rousseff. A partir dessa exposição, venceu a eleição para a prefeitura de São Paulo, que comandou de 2013 a 2017.

Antes, foi subsecretário de Finanças e Desenvolvimento da prefeitura de São Paulo, na gestão de Marta Suplicy. Também foi assessor especial do ex-ministro Guido Mantega na Fazenda, onde ajudou a estruturar a Lei das Parcerias Público-Privadas (PPPs). Em 2018, foi o candidato do PT à Presidência da República, tendo chegado ao segundo turno contra Jair Bolsonaro.

13) Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública

Ex-governador do Maranhão, foi eleito senador pelo PSB, com 62,4% dos votos em outubro deste ano. É formado em Direito, foi juiz federal e iniciou sua carreira política em 2006, quando se elegeu deputado federal. Seu primeiro mandato como governador se iniciou em 2015. Ele deixou o cargo em abril deste ano para disputar o Senado.

O futuro ministro da Justiça é um dos nomes mais próximos de Lula e sua presença na equipe ministerial era dada certa antes mesmo do fim das eleições. Dino prometeu um "amplo diálogo" com "todos os profissionais da segurança pública". Em entrevistas recentes, indicou que Lula pretende restabelecer o Estatuto do Desarmamento, revogando decretos do presidente Jair Bolsonaro que flexibilizaram a aquisição de armas por civis.

14) Geraldo Alckmin, ministro da Indústria e Comércio

Anunciado por Lula como a “grande surpresa” entre os novos ministeriáveis, o vice-presidente eleito vai acumular os dois cargos. Formado em Medicina, mas político há 50 anos, Alckmin já foi vereador e prefeito de Pindamonhangaba (SP), deputado estadual, federal, vice-governador e governador de São Paulo, e disputou a Presidência da República em 2006 e 2018. Em 2022, aceitou trocar o PSDB pelo PSB e compor chapa como vice de Lula na corrida à Presidência. É atualmente o coordenador do gabinete de transição.

15) Gonçalves Dias, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)

General do Exército da reserva, Gonçalves Dias atuou no comando da segurança pessoal do presidente Lula entre 2003 e 2009. Na época, ficou conhecido como “sombra” do petista por estar ao lado dele em todos os deslocamentos, de compromissos oficiais a programas mais amenos, como pescaria.

Durante a transição, G. Dias, como é mais conhecido foi indicado para integrar a equipe do grupo temático na área de inteligência estratégica. Por ser militar, é também um dos conselheiros e interlocutores de Lula junto as Forças Armadas.

16) Jader Filho, ministro das Cidades

Empresário e presidente do diretório do MDB no Pará, é integrante de uma das famílias mais tradicionais da política paraense. Ele é irmão do atual governador Helder Barbalho e filho do senador Jader Barbalho e da deputada Elcione Barbalho. Historicamente, o senador Jader Barbalho faz parte do núcleo mais fiel de apoiadores de Lula dentro do MDB. Além disso, o governador Helder foi um dos fiadores da ida do irmão para a pasta.

Além da influência familiar, um dos fatores para a escolha do empresário para o ministério foi de que o Pará tem a maior representação dentro da bancada: nove dos 42 deputados federais eleitos pelo MDB são do estado.

17) Jorge Messias, ministro da Advocacia-Geral da União (AGU)

Foi subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil durante o governo de Dilma Rousseff. Ficou conhecido após ser citado em uma conversa telefônica entre a presidente petista e Lula interceptada pelas investigações da Operação Lava Jato. Na época, o agora presidente eleito estava na iminência de se tornar ministro-chefe da Casa Civil, e Messias estaria com o termo de posse do cargo para ser usado "se fosse preciso", como disse Dilma na ocasião.

Messias é procurador da Fazenda Nacional desde 2007 e já teve outras passagens por órgãos de governos petistas, como os ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação; a procuradoria do Banco Central e o conselho fiscal do BNDES.

18) José Múcio, ministro da Defesa

Foi deputado federal, ministro e presidente do Tribunal de Contas da União (TCU) e ministro da Secretaria de Relações Institucionais entre 2007 e 2009, no segundo mandato de Lula. Múcio é visto nos bastidores como um articulador político, com bom trânsito entre os militares. Inclusive, o nome dele foi anunciado após sondagens junto a militares da ativa e da reserva. Políticos próximos a Lula acreditam que ele pode pacificar a relação do presidente eleito com os integrantes das Forças Armadas.

19) Juscelino Filho, ministro das Comunicações

É médico especializado em radiologia e atualmente deputado federal pelo União Brasil do Maranhão. Atualmente, preside o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar e a Subcomissão Permanente de Previdência Social, além de ser membro titular da Comissão de Seguridade Social e Família na Câmara dos Deputados. Juscelino coordena a bancada maranhense no Congresso Nacional, composta por 18 deputados federais e três senadores. Ele é também vice-presidente nacional e presidente do seu partido no Maranhão.

20) Luciana Santos, ministra da Ciência e Tecnologia

Presidente nacional do PCdoB e atual vice-governadora de Pernambuco, ela é engenheira elétrica de formação. Começou a carreira política ainda na graduação, ocupando os cargos de presidente do Diretório Acadêmico de Engenharia e Computação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), de dirigente do Diretório Central dos Estudantes e de vice-presidente regional da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Ao terminar a graduação, em 1992, se elegeu vereadora da cidade de Olinda e conquistou o cargo de deputada estadual em 1997. A carreira seguiu depois como prefeita de Olinda, deputada federal pelo estado e secretária estadual de Ciência e Tecnologia, entre 2009 e 2010, na gestão de Eduardo Campos.

21) Luiz Marinho, ministro do Trabalho

Presidente estadual do PT em São Paulo e deputado federal eleito, ele já ocupou os cargos de ministro da Previdência Social e do Trabalho nas duas primeiras gestões de Lula. Marinho foi tesoureiro do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde conheceu Lula nas greves do final da década de 1970. Depois, chegou ao cargo de presidente de sindicato em 1996.

Tentou se eleger vice-governador de São Paulo em 2002 na chapa do também petista José Genoíno. Mas foi derrotado por Geraldo Alckmin na época. Logo depois, foi eleito presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e convidado por Lula para integrar o governo a partir de 2007. Em 2009, ganhou a eleição para a prefeitura de São Bernardo do Campo e conquistou mais um mandato em 2016.

22) Márcio França, ministro dos Portos e Aeroportos

Formado em Direito e pós-graduado em Direito Administrativo e Constitucional, começou a carreira política em 1988, quando foi eleito vereador em São Vicente, litoral paulista. Na época, já estava no PSB, partido do qual nunca se desligou. Em 1997, tornou-se prefeito da mesma cidade, cargo que ocupou por dois mandatos.

Também foi deputado federal por São Paulo entre 2007 e 2010. Chegou a ser reeleito em 2010, mas assumiu a Secretaria de Esportes do governo paulista na gestão de Geraldo Alckmin. Esse contato aproximou os dois e, em 2014, França foi eleito vice de Alckmin. Ao tomar posse, também assumiu a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do estado.

França foi governador de São Paulo por nove meses em 2018, quando Alckmin deixou o cargo para disputar a Presidência. Ele tentou se manter no cargo na eleição daquele ano. Foi para o segundo turno e acabou perdendo para João Doria (PSDB) por uma diferença de 741.507 votos (3,5%). Em 2022 França chegou a ser pré-candidato ao governo de São Paulo, mas deixou a disputa para apoiar Fernando Haddad, do PT. Ele tentou uma vaga no Senado, mas não obteve sucesso.

23) Márcio Macêdo, ministro da Secretaria-Geral da Presidência

Atual deputado federal pelo estado de Sergipe, o petista Márcio Macêdo é biólogo formado pela Universidade Federal do Sergipe. Já ocupou o cargo de tesoureiro e presidente dos diretórios municipal e estadual do partido. Atualmente, é um dos vice-presidentes nacionais do PT.

Além da carreira partidária, Macêdo também foi secretário municipal de Participação Popular de Aracaju, superintendente do Ibama e secretário de estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Sergipe.

Na primeira disputa eleitoral que participou, para deputado federal em 2010, Macêdo venceu e alcançou o cargo de vice-líder do PT na Câmara dos Deputados, além de ter presidido a Comissão de Mudanças Climáticas do Congresso.Em 2015, o petista foi escolhido pelo PT para ocupar o cargo de tesoureiro no lugar de João Vaccari Neto, preso pela Polícia Federal no âmbito da Operação Lava Jato.

24) Margareth Menezes, ministra da Cultura

Com mais de 30 anos de carreira artística, a cantora Margareth Menezes tem mais de 10 álbuns lançados, quatro indicações ao Grammy, fez mais de 20 turnês internacionais e é uma das principais expoentes da música baiana no mundo. Sua indicação para o Ministério da Cultura marca a volta da pasta, que foi extinta durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Além da carreira musical, Margareth criou, em 2008, a Organização Não Governamental (ONG) Associação Fábrica Cultural, que atua nos eixos de Cultura, Educação e Sustentabilidade. A Fábrica Cultural passou a abrigar em 2014 o Mercado Iaô, que promove música, artes visuais, gastronomia, além de impulsionar o trabalho de mais de 100 artesãos e empreendedores criativos.

Margareth também é embaixadora do Folclore e da Cultura Popular do Brasil pela IOV/Unesco e umas das personalidades negras mais influentes do mundo reconhecidas pela Mipad 100, da ONU, em 2021.

25) Marina Silva, ministra do Meio Ambiente

Marina foi ministra do Meio Ambiente de Lula entre 2003 e 2008. O retorno à pasta ocorrerá em 2023, 15 anos após deixar o cargo e o Partido dos Trabalhadores, concorrer três vezes à presidência e fundar o partido Rede Sustentabilidade.

A reaproximação de Lula com Marina se deu durante a campanha eleitoral deste ano. Marina foi vereadora em Rio Branco (AC), deputada estadual, senadora por dois mandatos. A política foi filiada ao PT e passou por PV e PSB antes de integrar a Rede Sustentabilidade.

26) Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores

O presidente Lula optou por indicar o ex-chanceler Mauro Vieira para o Ministério das Relações Exteriores. Ele já esteve à frente do Itamaraty entre 2015 e 2016, durante o governo Dilma. Atualmente, é embaixador do Brasil na Croácia. Vieira é formado em Direito e é diplomata de carreira, com graduação pelo Instituto Rio Branco. Também já ocupou a chefia da Secretaria-Geral de Relações Exteriores e foi embaixador do Brasil na Argentina, entre 2004 e 2010, e nos Estados Unidos, entre 2010 e 2015.

27) Nísia Trindade, ministra da Saúde

Atual presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade Lima é doutora em Sociologia, mestre em Ciência Política, pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iesp), e graduada em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Na Fiocruz, Trindade foi uma das responsáveis pela parceria com a Universidade de Oxford e a indústria farmacêutica AstraZeneca para produção da vacina contra Covid-19 no Brasil.

Ainda durante a pandemia, a presidente da Fiocruz criou o Observatório Covid-19, rede transdisciplinar que realiza pesquisas e sistematiza dados epidemiológicos; monitora e divulga informações, para subsidiar políticas públicas, sobre a circulação do novo coronavírus e seus impactos sociais em diferentes regiões no Brasil.

Além de ser a primeira mulher a presidir a Fiocruz, Nísia será a primeira a primeira mulher a ser ministra da Saúde no Brasil. Antes de presidir a fundação, ela foi diretora da Casa de Oswaldo Cruz (1998-2005), unidade da Fiocruz voltada para pesquisa e memória em ciências sociais, história e saúde.

Nísia também participou da criação do Museu da Vida, da Fiocruz. Na Editora Fiocruz (2006-2011) atuou na implementação da Rede SciELO Livros. Foi vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz (2011-2016), período em que coordenou as Semanas Nacionais de Ciência e Tecnologia na instituição e também a implantação de políticas de acesso aberto, com o objetivo de tornar disponível toda a produção científica da instituição.

28) Paulo Pimenta, ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência

Deputado federal pelo PT do Rio Grande do Sul desde 2003, Paulo Pimenta é formado em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Maria e teve a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, com a principal fiadora de sua candidatura à Secom. O novo secretário de comunicação tem posições críticas à imprensa. Em discurso na Câmara em novembro, Paulo Pimenta criticou o governo de Jair Bolsonaro e afirmou que a imprensa era cúmplice do presidente.

O petista foi líder do PT na Câmara de 2018 a 2020. Durante sua atuação parlamentar, uma das iniciativas do deputado foi a apresentação de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para restabelecer a exigência de diploma de jornalista para exercer a profissão. A obrigatoriedade do diploma de jornalista foi derrubada por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Na época, o deputado argumentou que era preciso formação técnica para exercer a profissão.

29) Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário

Atual secretário-geral nacional do PT, Paulo Teixeira participou do grupo de transição do governo na área de Justiça e Segurança Pública, além de ter sido reeleito como deputado federal por São Paulo. O político também foi líder do partido na Câmara dos Deputados em 2011.

Durante a campanha eleitoral que elegeu Lula à Presidência, Teixeira assumiu a assessoria jurídica do PT e tinha uma boa articulação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na carreira política, o petista também tem passagens como secretário municipal de Habitação e Desenvolvimento Urbano de São Paulo e diretor-presidente da Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo.

30) Renan Filho, ministro dos Transportes

Primogênito do senador Renan Calheiros (MDB-AL), Renan Filho começou sua carreira política em 2004, quando foi eleito prefeito do município de Murici, na Zona da Mata Alagoana. Foi reeleito em 2008, mas deixou o posto em 2010, quando disputou uma cadeira de deputado federal. Em outubro de 2014, foi eleito governador de Alagoas pela primeira vez com mais de 52% dos votos, tornando-se o mais jovem governador da história do estado. Quatro anos depois, em outubro de 2018, conseguiu reeleger-se ao governo com quase 80% dos válidos. Já na disputa deste ano foi eleito senador pelo estado de Alagoas.

Sua indicação para um ministério de Lula foi costurada pelo seu pai, um dos principais articuladores para que o MDB integrasse a base de apoio do petista a partir de 2023.

31) Rui Costa, ministro da Casa Civil

Atual governador da Bahia, Rui Costa encerra seu segundo mandato em 1.º de janeiro e já assumirá a Casa Civil, uma das pastas mais importantes do governo federal. É formado em Economia e foi um dos fundadores do PT na Bahia, na década de 1980. Antes de entrar para a política, foi diretor do Sindicato dos Químicos e Petroleiros do Estado. Durante o segundo mandato como governador da Bahia, Rui Costa aprovou a reforma da previdência no estado. Ele é visto como um perfil mais técnico e não deve assumir a articulação política do novo governo, mas sim cuidar de obras e programas estratégicos para Lula.

32) Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos

O advogado, filósofo e professor Silvio Almeida é considerado referência na discussão de questões raciais no país por conta da publicação do livro “Racismo Estrutural”.Almeida é pesquisador do programa de pós-doutorado da Faculdade de Economia da USP e preside o Instituto Luiz Gama, uma associação civil que atua na defesa de causas populares, com ênfase nas questões sobre negros, minorias e direitos humanos.

33) Simone Tebet, ministra do Planejamento

Terceira colocada na disputa presidencial deste ano, Simone Tebet é filiada ao MDB e entrou para a política em 2002 como deputada estadual do Mato Grosso do Sul. Formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, a advogada e professora universitária também foi prefeita de Três Lagoas, sua cidade natal, e vice-governadora do Mato Grosso do Sul, antes de ser eleita como senadora em 2014.

No Senado, tornou-se a primeira mulher a presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Casa, função que exerceu entre 2019 e 2020. Em 2021, ganhou projeção midiática por seu trabalho na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, que investigou as ações do governo federal em resposta à pandemia.

Foi sua atuação na CPI que a colocou no radar para disputar a Presidência da República em 2022. No segundo turno, a emedebista foi uma das principais aliadas de Lula e responsável pela articulação do petista em em estados do Sudeste, como São Paulo e Minas Gerais, por exemplo.

Ainda durante a campanha, Simone chegou a defender a criação de programas robustos de transferência de renda e negociou com Lula a adesão do petista a uma de suas promessas de campanha: a criação de uma espécie de bolsa destinada a estudantes do ensino médio. A senadora também reivindica uma ação federal que reduza as filas na saúde.

34) Sônia Guajajara, ministra dos Povos Originários

Deputada federal eleita por São Paulo, Sônia Guajajara (PSol) é uma indígena maranhense, que se destacou nacionalmente pelos ativismos indígena e ambiental, estando na linha de frente na luta contra vários projetos que ameaçam os direitos e a vida dos povos indígenas, bem como o meio ambiente. Neste ano, por exemplo, ela foi incluída na lista das 100 pessoas mais influentes do mundo, segundo a revista Time.

Sônia também é reconhecida internacionalmente, por causa das dezenas de denúncias que já fez na Organização das Nações Unidas (ONU), no Parlamento Europeu e nas Conferências Mundiais do Clima (COP), de 2009 a 2021, sobre violações de direitos indígenas. A maranhense já viajou mais de 30 países do mundo na luta pelos seus ideais.

Nascida na Terra Indígena Araribóia, no Maranhão em 1974, Sônia é do povo Guajajara/Tentehar. Filha de pais analfabetos, aos 15 anos foi convidada para cursar o ensino médio em Minas Gerais. Depois ela voltou para o Maranhão e, em 1991 ela formou em Letras pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e, em 2003 se formou em Enfermagem, também pela UEMA. Já em 2005 ela fez pós-graduação em Educação Especial.

35) Vinícius Marques de Carvalho, ministro da Controladoria-Geral da União (CGU)

Ex-presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e ex-secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça nas duas gestões de Dilma Rousseff, Carvalho volta à Esplanada para chefiar o controle interno e a fiscalização da transparência no novo governo de Lula.

Vinícius Marques é graduado e doutor em Direito pela Universidade de São Paulo (USP) e especialista em políticas públicas e gestão governamental. Atualmente, é sócio-gerente da VMCA Advogados desde 2017.

36) Waldez Goés, ministro do Desenvolvimento Regional

Waldez Goés nasceu em Gurupá, no Pará, e tem 61 anos. É técnico agrícola e disputou sua primeira eleição em 1990 para o cargo de deputado estadual. Atualmente é governador do Amapá e, em 2020, enfrentou um apagão de vários dias em todo o estado.

Góes foi reeleito deputado estadual em 1995. Ele concorreu à prefeitura de Macapá em 1996, mas perdeu para Aníbal Barcelos. Em 2002, foi eleito governador do Amapá e foi reeleito em 2006. Goés deixou o cargo em abril de 2010 para concorrer ao cargo de senador. Em 2014, foi eleito pela terceira vez ao cargo de governador e se reelegeu-se em 2018.

37) Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento Social

Senador eleito pelo estado do Piauí e ex-governador do estado, o petista Wellington Dias é um dos homens de confiança do PT. Foi o escolhido para a pasta do Desenvolvimento Social em uma disputa com a ex-candidata a presidente Simone Tebet (MDB). Dias é bancário e escritor com uma longa carreira política que começou na militância do PT, em 1985. Também presidiu o Sindicato Estadual dos Bancários. Ocupou um cargo público pela primeira vez em 1992, quando foi eleito vereador em Teresina.

De lá para cá, foi deputado estadual, federal, senador e governador. Também presidiu o Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (Consórcio Nordeste) e coordenou o Fórum Nacional de Governadores.

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