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Risco de prisão

Moraes impede Bolsonaro de dar entrevistas que sejam divulgadas nas redes

Moraes proíbe Bolsonaro de dar entrevistas.
Moraes emitiu despacho proibindo Bolsonaro de dar entrevistas que sejam publicadas nas redes sociais. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), emitiu novo despacho nesta segunda-feira (21) proibindo o ex-presidente Jair Bolsonaro de participar de “transmissões, retransmissões ou veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em qualquer das plataformas das redes sociais de terceiros”. A medida restringe indiretamente o trabalho da imprensa, uma vez que Bolsonaro passará a recusar entrevistas para não ser preso.

Nesta segunda-feira, Bolsonaro concederia uma entrevista ao portal Metrópoles e cancelou por causa da decisão. Também estava prevista a participação em uma entrevista coletiva na Câmara, da qual o ex-presidente deve ser retirado.

Na última sexta-feira (18), Moraes impôs ao ex-presidente diversas medidas cautelares (restrições adotadas como alternativas a uma prisão preventiva). Elas incluem a proibição de contato com o filho Eduardo Bolsonaro e com autoridades estrangeiras; a “proibição de utilização de redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros”; o uso de tornozeleira eletrônica; dentre outras.

No mesmo dia, Bolsonaro concedeu diversas entrevistas à imprensa, de forma coletiva ou de forma exclusiva para alguns veículos de comunicação. Todas elas foram transmitidas pela internet, fosse ao vivo ou após edição.

No despacho desta segunda-feira, porém, Moraes escreveu que “a medida cautelar de proibição de utilização de redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros, imposta a JAIR MESSIAS BOLSONARO inclui, obviamente, as transmissões, retransmissões ou veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em qualquer das plataformas das redes sociais de terceiros, não podendo o investigado se valer desses meios para burlar a medida, sob pena de imediata revogação e decretação da prisão, nos termos do art. 312, § 1º, do CPP.”

A Gazeta do Povo questionou o STF se, com as entrevistas já realizadas e transmitidas na internet e nas redes sociais, o ministro considera que já houve descumprimento da proibição imposta, e com isso, já estaria satisfeita a condição para a decretação de uma prisão preventiva. Não houve esclarecimento.

Moraes impôs diversas restrições a Bolsonaro

Além de impedir que Bolsonaro dê entrevista à imprensa, Moraes impôs na semana passada uma série de medidas cautelares contra o ex-presidente, como a colocação de uma tornozeleira eletrônica, o que foi feito ainda na sexta-feira.

O ministro também proibiu Bolsonaro de deixar o Distrito Federal, de fazer uso de redes sociais (diretamente ou por intermédio de terceiros) e de contatar embaixadores, diplomatas estrangeiros e investigados em ações relacionadas ao suposto golpe de Estado, inclusive seu filho Eduardo Bolsonaro. Moraes ainda determinou recolhimento domiciliar das 19h às 6h, de segunda a sexta, e integral nos fins de semana e feriados.

A mesma decisão autorizou uma operação da Polícia Federal na casa de Bolsonaro e no escritório do Partido Liberal na sexta-feira. Para Moraes, o ex-presidente e o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos atuaram com "o objetivo claro de interferir no curso de processos judiciais, desestabilizar a economia do Brasil e pressionar o Poder Judiciário, notadamente o Supremo Tribunal Federal, através de imposição de sanções em face de autoridades públicas brasileiras".

A defesa do ex-presidente afirmou ter sido surpreendida pela operação de busca e apreensão, bem como pelas medidas cautelares. Segundo a nota de seus advogados, "as graves medidas cautelares foram impostas em função de atos praticados por terceiros, circunstância inédita no direito brasileiro".

A defesa também considera que o envio de dinheiro para o filho, nora e netos não parecem constituir motivo justo ou razoável para a imposição de tais medidas, principalmente "porque feito muito antes dos fatos ora sob investigação".

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