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Núcleo 2

Moraes volta a negar participação de Fux em julgamento: “chega a ser absurdo”

Alexandre de Moraes, relator das ações sobre suposto golpe de Estado.
Alexandre de Moraes, relator das ações sobre suposto golpe de Estado. (Foto: Gustavo Moreno/STF)

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O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes voltou a negar, nesta terça-feira (9), a presença do ministro Luiz Fux no julgamento da ação penal nº 2693 (núcleo 2). Um dos advogados tomou a palavra na tribuna para reiterar o pedido.

Moraes falaria da questão ao final do voto, mas o presidente da Primeira Turma, Flávio Dino, pediu que ele se manifestasse no início, para resolver a questão de ordem: "Não tem a mínima pertinência. Além de protelatório, chega a ser absurdo pedir que um ministro da Segunda Turma faça parte de um julgamento da Primeira Turma", disse, citando a negativa à defesa de Filipe Martins.

Moraes acrescenta que bastariam três ministros para que o julgamento ocorresse. "Nenhum ministro pode estar presente e fazer parte das duas turmas ao mesmo tempo. Isso é tão óbvio que causa espanto ter sido pleiteado, talvez pelo fato dos eminentes advogados que pleitearam não terem o costume de atuar no Supremo Tribunal Federal", complementou.

Fux deixou a Primeira Turma após julgar os núcleos 1 e 4, apresentando votos pela absolvição dos réus, por falta de provas. Nos votos, Fux entende que os fatos apurados não se encaixam nos tipos penais apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

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Relembre os réus e as acusações do núcleo 2

Plenário da Primeira Turma do STF, antes do julgamento da ação penal nº 2693 (núcleo 2)Plenário da Primeira Turma do STF, antes do julgamento da ação penal nº 2693 (núcleo 2) (Foto: Rosinei Coutinho/STF)

A ação é parte do grupo de cinco processos que julga um suposto plano de golpe de Estado tentado no Brasil entre o final de 2022 e 8 de janeiro de 2023. Neste núcleo, o foco é a chamada "minuta do golpe", um suposto plano para assassinar autoridades e a suposta tentativa da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de dificultar votos no nordeste, celeiro eleitoral do presidente Lula (PT).

O núcleo 2 julga seis pessoas, incluindo a única mulher das ações penais:

  • Marília Ferreira de Alencar, delegada ex-diretora de Inteligência da Polícia Federal;
  • Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência;
  • Coronel Marcelo Câmara, ex-assessor;
  • Fernando Oliveira, delegado da Polícia Federal e ex-diretor de Operações do Ministério da Justiça;
  • General Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência;
  • Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF);

Pelo suposto planejamento, os réus são acusados de organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. A acusação ainda vincula os réus ao 8 de janeiro, incluindo os crimes de dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

No núcleo 1, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi condenado a 27 anos e três meses de prisão. Por serem núcleos que tratam do mesmo tema, a defesa de Filipe Martins pediu a Moraes para que Fux, único voto divergente nos núcleos 1 e 4, participasse. O relator, no entanto, considerou o pedido "meramente protelatório".

A turma já condenou 24 réus dos núcleos 1, 4 e 3. Há ainda o núcleo 5, formado apenas pelo jornalista Paulo Figueiredo. A denúncia da PGR, no entanto, ainda não foi analisada.

Cada turma tem cinco vagas, mas pela saída de Fux, o colegiado opera com quatro membros, três deles indicados por Lula: a decana Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e o presidente Flávio Dino. O relator das ações, Alexandre de Moraes, foi indicado pelo então presidente Michel Temer (MDB).

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