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Cláudio Castro
Cláudio Castro afirma que investigações não serão paralisadas após polícia encontrar corpos de traficantes suspeitos das execuções.| Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL-RJ), disse no começo da tarde desta sexta (6) que as investigações sobre a morte de três médicos na cidade na madrugada de quinta (5) continuam mesmo após a polícia encontrar os corpos de traficantes suspeitos da execução, na última noite.

De acordo com ele, há uma “verdadeira máfia” agindo na cidade, e que não se está “falando mais de uma briga de milicianos e traficantes”. As afirmações foram dadas em uma entrevista coletiva após uma reunião com o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, e com o secretário de Polícia Civil da cidade, José Renato Torres.

Castro disse que os quatro traficantes encontrados mortos, em que dois deles são suspeitos da execução dos médicos, já estavam sendo monitorados pela polícia e seriam alvos de uma operação. “Estávamos prontos para fazer incursões para prender esses suspeitos quando fomos surpreendidos com esse pseudo tribunal do tráfico tendo os punido”, afirmou.

“As investigações continuam. Não iremos parar por aqui. Não é porque se acharam corpos que as investigações vão parar. As investigações vão ser ampliadas, vão continuar. Não retrocederemos um milímetro sequer para essas máfias”, pontuou

Segundo Castro, o problema é mais amplo do que uma simples disputa entre milicianos e traficantes, abrangendo áreas muito mais amplas. Ele afirmou que essa “máfia” está se expandindo por todo o território nacional, tornando-se um desafio que vai além das divisas do Rio de Janeiro.

O governador destacou que o combate à criminalidade não é responsabilidade apenas do estado do Rio, mas de todo o Brasil. Ele enfatizou a necessidade de uma abordagem unificada, envolvendo o governo federal, estados e municípios, para “ter sucesso no combate à criminalidade”.

Cláudio Castro citou as apreensões significativas realizadas pela polícia este ano, incluindo mais de quatro mil armas, incluindo 472 fuzis, que ele descreveu como um verdadeiro “arsenal de guerra”. Ricardo Cappelli completou, e afirmou que mais de sete mil celulares foram apreendidos no Rio e anunciou que o governo federal vai ampliar a participação na segurança pública do estado – ele já havia anunciado mais cedo a retomada da Operação Suporte.

“O ministro Flavio Dino determinou e, nos próximos dias, vamos ampliar a nossa ação de inteligência no Estado do Rio de Janeiro, reeditando o que foi a Missão Suporte, que identificou e prendeu líderes de organizações criminosas”, afirmou.

Quanto às ações contra traficantes do Comando Vermelho supostamente envolvidos no ataque aos suspeitos da morte dos médicos, o governador destacou que esse combate já é conduzido diariamente pelas forças de segurança, incluindo operações em áreas como o Jacarezinho e a Vila Cruzeiro.

José Renato Torres, secretário de Polícia Civil, revelou que três dos quatro mortos encontrados dentro dos carros na última noite já foram identificados e que o inquérito está em aberto. Além disso, ele mencionou a investigação sobre uma suposta reunião de traficantes por videoconferência entre o complexo da Penha e presos da penitenciária de Bangu 3 para decidir o destino dos atiradores da Barra, que está em andamento.

“Fizemos uma apreensão de celulares [dentro de unidade prisional] e já estão sendo periciados pela nossa Inteligência”, completou.

A principal linha de investigação da polícia é que os três médicos foram mortos por engano, em uma disputa entre traficantes e milicianos que atuam na região. O alvo seria um miliciano que foi confundido com o médio Perseu Ribeiro de Almeida, que teria as mesmas características físicas.

O criminoso confundido com o médico é apontado pelo Ministério Público do Rio, junto do pai, como integrantes de uma milícia que atua em Rio das Pedras, em na Zona Oeste da cidade. Em dezembro de 2020, o suposto alvo original do assassinato teve a prisão preventiva decretada pelo crime de organização criminosa.

Ele teve a progressão de pena em 25 de setembro deste ano e mora na Avenida Lúcio Costa, na mesma avenida onde os médicos foram assassinados. Seu apartamento fica a 750 metros do quiosque onde aconteceu o crime.

Além de Perseu, a ação dos traficantes vitimou Diego Ralf Bomfim, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Marcos de Andrade Corsato e Daniel Sonnewend Proença, que estava no grupo e sobreviveu ao ataque. Ele está internado em um hospital do Rio com quadro considerado estável.

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