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O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) criticou nesta quinta-feira (27) o discurso do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (PT), ao proferir o voto para tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro réu no julgamento da denúncia por tentativa de golpe de Estado.
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No discurso, Dino declara que nos atos de vandalismo do dia 8 de janeiro, "muitos dos participantes eram policiais e membros das Forças Armadas". Em seguida, ele cita que "não há dúvida, esses só andam armados, eu não conheço um que não ande armado, seja os da ativa quanto os já reformados".
"Todos andam armados, alguns que são mais apaixonados pelas suas armas do que pelos seus cônjuges, dormem com as armas debaixo do travesseiro, dormem com as armas na cama, dormem com as armas ao lado da mesa de cabeceira, transportam para onde vão. Eu fui governador de um estado, fui ministro da justiça, essa é a realidade. Então, se havia, como de fato havia, inequivocamente, no conjunto de atos, a presença de integrantes das forças policiais e das forças armadas, não há dúvida, estavam armados", disse o ministro no julgamento.
Para o senador Mourão, Dino ofendeu de "maneira maldosa" os militares ao dizer que “gostam mais de armas do que de suas esposas”. "Demonstra claramente seu preconceito em relação aos homens e mulheres que integraram e integram as nossas Forças Armadas", escreveu o parlamentar no X.
Mourão também critica a afirmação do ministro de que "militares da ativa e na inatividade estão sempre armados". "[Ele] fala o que não pode provar, ou seja mente e mostra desconhecer a realidade da categoria composta por cidadãos que antes de serem soldados são cidadãos", acrescenta
Outra fala de Dino criticada pelo senador gaúcho é a de que "havia “armas” no 8 de janeiro como canos de PVC". "Seria mesmo um Golpe de Estado ou uma reunião de encanadores?, questionar.
O parlamentar ainda lembra que "todas as pessoas que compareceram ao ato, sendo vários com suas famílias, foram revistados na rodoviária de Brasília" e diz que Dino se contradiz em sua própria afirmação de que “não julgamos pessoas, mas fatos e provas”.
"Lamentavelmente, a sua retórica elegante, serena e bem formulada tecnicamente, é totalmente dissociada da sua conduta, comprometendo, em absoluto, a imparcialidade do processo. O ministro Dino deveria se desculpar e o Ministro da Defesa deveria exigir tais desculpas", concluiu Mourão.
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