A Associação das Mulheres Diplomatas Brasileiras (AMDB) criticaram, nesta semana, as mais recentes nomeações feitas pelo Ministério das Relações Exteriores a consulados brasileiros em outros países, que não tiveram nenhuma representante feminina escolhida para os postos. Em uma nota divulgada na última quarta (21), a entidade afirma que as mulheres ocupam apenas 12,7% das designações para chefias na atual gestão do Itamaraty.
As novas nomeações foram feitas para as missões consulares em Barcelona, Cantão, Buenos Aires e Tóquio.
Segundo a associação, o Itamaraty nomeou apenas seis mulheres desde o começo do ano, contra 41 homens para as missões brasileiras no exterior. O índice é menor do que o registrado até o ano passado, de 14,2%. A entidade afirma que, com as nomeações desta semana, o índice terá subido para apenas 15,2%, ainda abaixo do esperado.
“A Diretoria da AMDB vem a público manifestar sua profunda frustração com a falta de compromisso da chefia do Ministério das Relações Exteriores (MRE) com a promoção de uma política de gênero institucionalizada dentro da órgão, em particular no tocante à ocupação de cargos de chefia no Brasil e no exterior”, diz a associação (veja na íntegra).
A AMDB afirma que as nomeações vão na contramão do prometido pelo ministro Mauro Vieira no começo do ano quando tomou posse, de que seria implantada uma política de diversidade e inclusão no Itamaraty – mais especificamente a ampliação da presença de mulheres em cargos de chefia.
A associação diz que o ato contraria o próprio discurso de Vieira na Comissão de Relações Exteriores do Senado, em que teria reiterado o “compromisso com a promoção da diversidade, de modo a reverter a lógica das desigualdades, reproduzida historicamente pela sociedade brasileira”.
“As nomeações feitas pela atual gestão do MRE para cargos de chefia de postos no exterior e mesmo na Secretaria de Estado em Brasília traduzem nítido descompasso entre palavras e ações. Passados quase seis meses de gestão, as mulheres diplomatas seguem aguardando as medidas que revelem efetivo compromisso com a promoção da equidade de gênero e, sobretudo, respeito ao profissionalismo e à dedicação das mulheres na carreira diplomática brasileira”, completa a nota.
Um estudo feito pela própria AMDB aponta que há uma espécie de “teto de vidro” no Itamaraty que impede o avanço das mulheres na hierarquia, afirmando que 2/3 delas terminam a carreira nos níveis intermediários.
O Ministério das Relações Exteriores não se pronunciou sobre as críticas do grupo até o fechamento da reportagem.
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