A secretária-executiva da Secretaria-Geral da Presidência da República, Maria Fernanda Ramos Coelho, foi exonerada do cargo nesta quarta (10) a pedido dela própria feito ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ela era considerada a “número 2” da pasta e é uma figura de destaque no PT.
O motivo da exoneração não foi divulgado, mas informações de aliados apontam que Maria Fernanda tinha divergências com o ministro Márcio Macêdo. Ela negou e disse apenas se tratar do “fim de um ciclo”.
“Concluímos um trabalho importante no ministério, ampliando espaços de diálogo e participação social, realizando duas das cinco conferências nacionais de 2023, a equipe da juventude com vários projetos estruturantes”, afirmou ao Valor Econômico.
À Gazeta do Povo, a pasta afirmou que Maria Fernanda pediu exoneração "por motivos pessoais".
Em um comunicado à equipe, Maria Fernanda agradeceu a Macêdo e mencionou os “desafios da reconstrução” em busca de paz, justiça social e soberania. Ex-presidente da Caixa Econômica Federal e figura influente no Partido dos Trabalhadores, Maria Fernanda chegou a ser cotada para reassumir a presidência do banco no início do terceiro mandato de Lula.
Segundo aliados, uma das situações de desentendimento recente com Macêdo envolveu o carnaval fora de época em Aracaju, base eleitoral do ministro. Ele teria convidado servidores para o Pré-Caju com despesas custeadas pelos cofres públicos.
Maria Fernanda, no entanto, negou o pagamento – ela era responsável por autorizar os gastos. Macêdo resolveu a questão autorizando pessoalmente a viagem dos servidores.
A Secretaria-Geral da Presidência, no entanto, negou que tenha havido qualquer negociação para o pagamento das passagens. "Ao contrário do que foi noticiado, nunca houve tratativa sobre quaisquer passagens nem diárias de viagem entre a ex-secretária e o ministro Márcio Macêdo", disse a pasta em nota à reportagem.
Ainda segundo a Secretaria-Geral da Presidência, uma sindicância interna foi aberta na pasta para "apurar os fatos noticiados" de viagem dos funcionários.
Antes de Maria Fernanda, a então secretária-executiva adjunta do ministério, Tânia Oliveira, também pediu exoneração há dois meses por supostas divergências com o ministro.
Este conteúdo foi atualizado após o recebimento da resposta da Secretaria-Geral da Presidência da República.
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