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"Má vontade"

“Para trazer corrupta do Peru pode”, diz Girão ao cobrar que governo traga corpo de jovem morta na Indonésia

“Para trazer corrupta do Peru pode”, diz Girão ao cobrar que governo traga corpo de jovem morta na Indonésia
Girão criticou governo por liberar voo da FAB para ex-primeira-dama do Peru, mas não para traslado do corpo da brasileira morta na Indonésia. (Foto: Carlos Moura/Agência Senado)

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O senador Eduardo Girão (Novo-CE) criticou o governo Lula (PT) por ter autorizado um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) para trazer a ex-primeira-dama do Peru Nadine Heredia, condenada pela Lava Jato, ao Brasil, mas não fazer o mesmo sobre o traslado do corpo da publicitária brasileira Juliana Marin, que morreu ao cair de uma trilha em um vulcão da Indonésia.

Mais cedo, o Itamaraty disse, em nota, que “o traslado dos restos mortais de brasileiros falecidos no exterior é decisão da família e não pode ser custeado com recursos públicos”, justificando o impedimento com base em um decreto de 2017 da Lei de Migração.

“Eu me envergonho de ver o governo brasileiro mandar um avião da FAB buscar uma corrupta lá no Peru, condenada pela Lava Jato, que nós enterramos aqui no Brasil […] mas a má vontade é grande, por exemplo, com relação a brasileira que faleceu na Indonésia. E tem a burocracia: ‘não está na lei para trazer ou para o avião da FAB ir buscar’, mas para trazer a corrupta do Peru pode”, disse o senador durante a sessão desta tarde.

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Heredia é esposa do ex-presidente Ollanta Humala (2011-2016). A ex-primeira-dama pediu asilo no Brasil alegando perseguição política após ela e Humala terem sido condenados pela Justiça do Peru a 15 anos de prisão no caso Odebrecht, conduzido pela Lava Jato local.

Os dois foram acusados pelos crimes de lavagem de dinheiro qualificada por financiamento ilegal, por parte do ex-ditador venezuelano Hugo Chávez e da construtora brasileira Odebrecht, para campanhas eleitorais de Humala em 2006 e 2011.

A FAB impôs sigilo de cinco anos sobre os custos operacionais dos voos realizados para buscar a ex-primeira-dama do Peru, segundo apuração da coluna de Tácio Lorran, do portal Metrópoles, divulgada nesta quarta-feira (25). A FAB foi questionada sobre as despesas via Lei de Acesso à Informação (LAI), mas disse ao Metrópoles que os dados são de acesso restrito, uma vez que “são essenciais para os planos e as operações estratégicos das Forças Armadas”.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que o uso do avião da FAB era “a única forma que havia de retirá-la com segurança e rapidez do país”, com anuência do governo peruano.

Ao explicar o caso de Juliana, o Itamaraty afirmou que a legislação determina que a assistência consular do governo brasileiro “não compreende o custeio de despesas com sepultamento e traslado de corpos de nacionais que tenham falecido do exterior, nem despesas com hospitalização, excetuados os itens médicos e o atendimento emergencial em situações de caráter humanitário”.

Juliana sofreu a queda na última sexta-feira (20), seu corpo foi encontrado nesta terça-feira (24), após cerca de quatro dias de espera pelo resgate. O pai da jovem, Manoel Marins Filho, está na Indonésia para realizar os trâmites necessários para o traslado.

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