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"Abin paralela"

Paraguai não tem “nenhuma evidência” sobre suposta espionagem do Brasil, diz chanceler

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Após a repercussão da notícia, o governo Lula acusou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de autorizar a espionagem (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

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O ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez, disse que o seu país não tem “nenhuma evidência” sobre uma suposta espionagem da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para obter informações confidenciais relacionadas às tarifas da hidrelétrica binacional de Itaipu.

A suposta ação hacker foi noticiada pelo UOL, nesta segunda-feira (31), a partir dos depoimentos de dois servidores da Abin à Polícia Federal (PF) e da confirmação de um agente a par da investigação.

Após a repercussão da notícia, o governo Lula acusou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de autorizar a espionagem.

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Segundo a apuração do UOL, o hackeamento dos sistemas do governo paraguaio teria ocorrido para se obter informações sigilosas referentes às negociações da tarifa de venda de energia da usina de Itaipu Binacional. Em meados de maio de 2024, o Brasil concordou em aumentar o valor pago, embora abaixo do solicitado pelo país vizinho.

Ao conversar com jornalistas sobre o tema, Rubén Ramírez destacou que o Brasil antecipou que prestará um "esclarecimento".

"Fui informado de que haverá um respectivo esclarecimento por parte do Brasil, por isso estamos trabalhando de forma ordenada e com todos os elementos que nos permitem resguardar a informação de nosso país", afirmou.

O chanceler do Paraguai disse ter a "tranquilidade" de que as informações usadas durante as negociações estão protegidas e ressaltou que atualmente estão negociando o Anexo C do Tratado de Itaipu.

De acordo com o chanceler, "todos os órgãos de investigação" e o Ministério de Tecnologias da Informação e Comunicação (Mitic) "estão realizando investigações" e em comunicação com o governo brasileiro.

"Isso é algo de caráter permanente, não é algo específico, mas também não podemos dizer que o Brasil hackeou nosso sistema", acrescentou o chanceler ao admitir que seu país "sofre ataques cibernéticos constantemente”.

Segundo Rubén Ramírez, os órgãos de segurança do Paraguai atuam “permanentemente com a cooperação, principalmente de Estados Unidos e Taiwan".

Ministro da Indústria do Paraguai destacou gravidade do caso

Também questionado sobre o assunto, o ministro da Indústria e Comércio do Paraguai, Javier Giménez - que faz parte da equipe de negociação com o Brasil - seguiu a linha do chanceler e preferiu não tirar "conclusões" até que seja esclarecida a "a origem desses vazamentos e a veracidade dos fatos".

"Pelo que entendi das notícias, trata-se de um vazamento. Temos que ser muito prudentes, cautelosos e temos que ouvir a versão oficial do governo brasileiro", disse Giménez à rádio ABC Cardinal, nesta segunda.

"Se isso for verdade, é muito grave e levaria a uma deterioração das relações com o Brasil", completou.

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