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Delegado da PF afirmou que caso já teve “intenso escrutínio” e não vê “elementos suficientes de autoria” para abrir inquérito.| Foto: André Richter/Agência Brasil

A Coordenação-Geral de Assuntos Internos da Polícia Federal negou, na última sexta (21), um pedido da defesa do doleiro Alberto Youssef para investigar as escutas encontradas em 2014 na cela em que ele ficou detido, em Curitiba, após ser preso durante a Operação Lava Jato.

No processo que tramita desde abril na 13ª Vara Federal da capital paranaense, a defesa do doleiro pedia acesso às cópias de todos os procedimentos já abertos para apurar o caso dos grampos ilegais. O pedido havia sido aceito pelo então juiz Eduardo Appio, que está afastado das funções.

Segundo o delegado Álex Levi Bersan de Rezende, coordenador-geral de Assuntos Internos da PF, o caso já teve “intenso escrutínio” e não há fatos novos que justifiquem a retomada do caso. Ele negou que houve inércia nos seis procedimentos disciplinares e dois criminais instaurados desde 2014.

“Não foi possível identificar nenhuma nova circunstância que fosse apta a reabrir os procedimentos criminais findos ou até mesmo legitimar a instauração de novo inquérito policial”, disse em documento obtido pelo jornal Folha de São Paulo.

Além da escuta na cela, também houve uma outra investigação aberta em 2015 que apurava um grampo instalado em uma luminária na escadaria do segundo andar do prédio da Superintendência da PF em Curitiba. De acordo com o delegado, não foi possível comprovar a participação de alguns dos investigadores, delegados e agentes “em virtude da ausência de elementos suficientes de autoria”, e de outros “operou-se a prescrição”.

O pedido da defesa de Youssef para abrir um novo inquérito sobre as escutas poderia afetar diretamente alguns dos processos derivados da Lava Jato, levando-os a questionamentos e até mesmo à anulação. No entanto, Rezende diz que não há elementos conhecidos “que indicam que todas as investigações e ações penais tenham sido afetadas por estas e outras máculas”.

“A operação Lava Jato não foi um monolito, ela ocorreu por anos, gerou a deflagração de inúmeras fases, envolveu diversos juízos, diferentes membros do MPF, policiais federais de diferentes delegacias, e não apenas de Curitiba, mas também do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Brasília”, completou na decisão.

Os desdobramentos sobre o caso serão conduzidos pelo juiz Fábio Nunes de Martino, que assumiu o cargo desde o dia 19 de junho.

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