O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) é o principal alvo da 24ª fase da Operação Lesa Pátria, desencadeada na manhã desta quinta (18) no estado do Rio de Janeiro e no Distrito Federal.
Ao todo, foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão pela Polícia Federal emitidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O gabinete do parlamentar na Câmara dos Deputados foi um dos alvos dos pedidos, com a Polícia Legislativa acompanhando a PF no local por volta das 7h10 da manhã.
Os policiais federais junto dos agentes legislativos passaram cerca de duas horas no gabinete do parlamentsar, coletando objetos e equipamentos. Pouco depois, o local foi fechado sem funcionários -- a Câmara está em recesso até o começo de fevereiro.
Carlos Jordy é líder da oposição na Câmara dos Deputados e disse pelas redes sociais que a medida é "autoritária, sem fundamento, sem indício algum, que somente visa perseguir, intimidar e criar narrativa às vésperas de eleição municipal".
"Fui acordado às 6h com um fuzil no rosto [...] estavam buscando arma, celulares, tablet. Falei onde estava a minha arma, pegaram meu celular, tentaram buscar outras coisas que pudessem me incriminar, mas não encontraram nada", disse Carlos Jordy em um vídeo (veja na íntegra).
A PF negou que tenha apontado um fuzil para Jordy. O próprio deputado afirmou no vídeo que os agentes foram educados e apenas "estavam fazendo o trabalho deles". Pelo menos uma arma e uma quantia de R$ 1 mil foram apreendidas na casa dele.
Jordy classificou como "inacreditável" a ligação que estão fazendo dele com os atos de 8 de janeiro de 2023, em que o mandado de busca e apreensão emitido contra ele confirma um estado de "ditadura".
"Em momento algum do 8 de janeiro incitei, falei para as pessoas que aquilo era correto. Pelo contrário. Em momento algum estive nos quartéis naqueles acampamentos, nunca apoiei nenhum tipo de ato tanto anterior ou depois, embora as pessoas tivessem todo o direito de fazer manifestações contra o governo eleito. É totalmente arbitrário", disparou classificando a operação como "medida autoritária", "piada", com "viés autoritário" e "intimidatório".
O deputado classificou a operação como "perseguição" dos adversários do governo e mirando as eleições municipais deste ano, já que ele é pré-candidato à prefeitura de Niterói (RJ), sua base política.
"Eu até falei aos policiais que antes eles iam na casa de políticos corruptos que tinham alguma investigação por corrupção, e hoje vocês estão indo por conta de determinação de uma pessoa que julga o dono do Brasil e que quer perseguir seus adversários com esse inquérito do fim do mundo. É lamentável a ditadura que estamos vivendo no Brasil, mas não vamos desistir, não vamos nos intimidar", completou.
O processo que deu origem à operação desta quinta (18) é assinado por Moraes e corre em sigilo no STF.
Jordy prestou depoimento à PF do Rio de Janeiro no final da manhã por mais de três horas, mas afirmou à imprensa antes de entrar na sede da corporação que não tem qualquer envolvimento com a preparação dos atos. Ele confirmou que teve o celular e uma arma apreendidos durante a operação.
"Nunca incentivei, nunca financiei, não tenho relação alguma com o 8 de janeiro e com ninguém dessas pessoas que foram para os quartéis. Aí eles [policiais federais] dizem que há mensagens minhas com pessoas, que eu seria um mentor ou articulador do 8 de janeiro e de bloqueios de estrada. Mentira, eu nunca tive acesso a nenhum desses autos", afirmou.
Segundo a PF, são dois mandados cumpridos no Distrito Federal e oito no Rio de Janeiro. No estado fluminense, os alvos são apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que montaram acampamento em frente à 2ª Companhia de Infantaria em Campos dos Goytacazes, segundo apurou a GloboNews.
De acordo com a corporação, esta fase busca identificar “pessoas que planejaram, financiaram e incitaram atos antidemocráticos ocorridos entre outubro de 2022 e o início do ano passado, no interior do estado do Rio de Janeiro (RJ). Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com o pedido feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) a Moraes, Jordy se tornou alvo da PF após ter conversas encontradas em telefones celulares de pessoas suspeitas de participação na articulação da invasão aos prédios públicos de Brasília.
Carlos Jordy é deputado federal em segundo mandato e tem base eleitoral na cidade fluminense de Niterói, onde já exerceu o cargo de vereador. Ele é um dos mais combativos parlamentares da oposição.
Segundo a corporação, os fatos investigados constituem os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa e incitação ao crime.
Ainda segundo a PF, desde o início da operação até a 23ª fase, já foram cumpridos 97 mandados de prisão preventiva, 313 de busca e apreensão e a apreensão de R$ 11,6 milhões em bens. Também somam R$ 5 milhões em veículos variados apreendidos e R$ 8,4 milhões em ônibus.
Estes recursos são usados para ressarcir os cofres públicos por conta dos danos causados nos prédios públicos de Brasília vandalizados durante as invasões.
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