
No mesmo documento em que revisou de 2,4% para 2,1% sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, o governo federal listou cinco principais "canais de transmissão" dos efeitos do coronavírus sobre a economia brasileira.
No Boletim Macrofiscal, a Secretaria de Política Econômica, do Ministério da Economia, salienta que "ainda há grande incerteza sobre a dimensão e extensão temporal do problema", e que por isso as estimativas "devem ser interpretadas com cautela".
O governo traçou três cenários de impacto do coronavírus. No pessimista, o PIB perderia 0,5 ponto porcentual (pp). No otimista, apenas 0,1 ponto. E no cenário central, que é tido como mais provável, o recuo seria de 0,3 ponto.
Os possíveis impactos listados pela equipe econômica são os seguintes:
1. Redução das exportações
O Boletim Macrofiscal afirma que a redução no ritmo de atividade global "tende a gerar uma queda na demanda por exportações brasileiras, sobretudo de commodities". Como a origem do vírus é a China, principal cliente brasileiro no exterior, o "contágio" via exportações foi de fato um dos primeiros impactos apontados por economistas.
2. Queda no preço de commodities e piora nos termos de troca
Além de exportar menos commodities, o Brasil tende a vendê-las por preços mais baixos, consequência da queda da demanda global por esses produtos. Em paralelo, afirma o governo, o preço de insumos importados poderá aumentar, por causa da menor disponibilidade no mercado global. Assim, ocorre a chamada "piora nos termos de troca": os produtos que o Brasil exporta ficam mais baratos e os que ele importa, mais caros.
3. Interrupção da cadeia produtiva de alguns setores
De acordo com o boletim, a paralisação da produção e do escoamento de bens intermediários chineses "pode afetar a produção de manufaturados em alguns setores".
4. Queda nos preços de ativos e piora das condições financeiras
O documento do governo observa que, após o forte aumento de casos do coronavírus fora da China, "houve aumento na volatilidade dos mercados e na demanda por ativos de menor risco". Segundo a Secretaria de Política Econômica, com mais incerteza e condições financeiras piores, o acesso ao crédito e investimentos de curto prazo podem ser dificultados. Mas esse canal de transmissão, por ser muito dependente de um agravamento da epidemia, não foi incluído nas simulações sobre o impacto econômico da doença.
5. Redução no fluxo de pessoas e mercadorias
A adoção de comportamentos de precaução, como diminuição de viagens, redução de jornada e adoção de home office, é outro impacto possível. Mas, da mesma forma que o item anterior, não foi considerado na simulação por depender de um agravamento da epidemia em território nacional.
-
Como partidos que apoiam Bolsonaro e Lula querem gastar o Fundo Eleitoral nas campanhas
-
Ex-AGU de Bolsonaro será auxiliar de Moraes no TSE e pode ajudar a melhorar relação com o Planalto
-
Horário eleitoral: qual será o tom dos programas no início da campanha
-
As novidades que podem decidir a próxima eleição em Israel
Operação em Petrópolis mira irregularidades em obras após chuva que deixou 230 mortos
Mendonça suspende análise de recursos que questionam decisões de Moraes contra Bolsonaro
Como foi a leitura das cartas da USP e da Fiesp
STF julgará recursos que questionam decisões de Moraes contra Bolsonaro e apoiadores