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Sob pressão

Presidente da Caixa minimiza possível saída do cargo para aumentar base do governo

Rita Serrano
Rita Serrano diz se não se sente insegura no cargo, mas entende a necessidade de negociações para a governabilidade. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

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A presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Rita Serrano, minimizou que pode ter de deixar o cargo para dar lugar a algum indicado de partido político para aumentar a base no Congresso, mas criticou a pressão que vem sofrendo que acaba desgastando a própria imagem do governo.

A presidência do banco responsável pelo pagamento do Bolsa Família e de financiamentos do Minha Casa Minha Vida está na mira de partidos do centrão junto de ministérios como Saúde, Esporte, Desenvolvimento Social, entre outros. O União Brasil, que já tem ministérios, o PP e o Republicanos disputam mais espaço na Esplanada.

“Vi uma entrevista dela [ministra Nísia Trindade, da Saúde], que acho que retrata o [meu] sentimento. Ela falou assim: eu não me sinto insegura, mas essa exposição é muito ruim. Ela é ruim inclusive para o banco, porque cria uma insegurança”, disse a jornalistas nesta quarta (19).

Diferente de Nísia, que vem sendo defendida publicamente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para seguir no cargo, Rita Serrano e Ana Moser, do Esporte, não são citadas enfaticamente.

Apesar de estar sob pressão, a presidente da Caixa diz entender a necessidade das articulações políticas para construir uma governabilidade, o que vem sendo confirmado por integrantes do governo nas últimas semanas.

“Obviamente, a exposição é ruim. Agora, faz parte da democracia. Tem interesses, negociações que envolvem o processo democrático de base do governo, então, essa disputa faz parte da democracia”, completou.

Rita Serrano afirmou ainda que a única orientação por hora é a de seguir trabalhando até receber alguma nova determinação, de “dialogar com todo o setor público, em especial com os bancos públicos, atender adequadamente e com qualidade o pessoal do Bolsa Família”.

Ela destacou na entrevista que um dos pontos mais sensíveis é a operacionalização do Minha Casa Minha Vida, que teve as novas regras de contratação sancionadas na semana passada. Rita Serrano diz que o banco já está estruturado “para poder dar conta da demanda”.

A Caixa foi alvo, recentemente, de críticas do governo Lula ao anunciar a cobrança de tarifa nas transferências bancárias de empresas pelo PIX, no mês passado. A decisão durou um dia e foi revogada após pedido do presidente.

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PP e Republicanos estão garantidos na Esplanada

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), disse na quarta (19) que o PP e o Republicanos estão garantidos na Esplanada dos Ministérios, mas ainda sem definir em quais pastas. Os partidos indicaram André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) para compor o governo em troca de um aumento da quantidade de votos nas bancadas da casa – embora mantenham a independência nas votações.

Já o União Brasil, que detém três ministérios, quer ampliar a presença no governo com mais cargos no primeiro escalão. Atualmente, o partido conta com o Ministério das Comunicações, com Juscelino Filho; Integração e Desenvolvimento Regional, com Waldez Góes; e Turismo, com Celso Sabino confirmado na semana passada no lugar de Daniela Carneiro, que estava no cargo pela "cota pessoal" de Lula.

A relação com esses três partidos e novas mudanças são discutidas ainda nesta semana por Lula, que vai dar a decisão final na troca de ministérios. A expectativa é de que ele tenha uma reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para ampliar a negociação.

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