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Magistratura

Presidente do TST diz que magistrados não podem ser ‘coaches’

Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, presidente do Tribunal Superior do Trabalho.
Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, presidente do Tribunal Superior do Trabalho. (Foto: Fellipe Sampaio/TST)

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O presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, defendeu que os magistrados, por serem servidores públicos, não deveriam buscar renda extra com palestras. Para o ministro, a prática é "absolutamente conflitante com os interesses do exercício da jurisdição". Ele ainda acrescenta "não podemos ser 'coaches'."

A declaração ocorreu em entrevista à Folha de São Paulo publicada neste domingo (9). Mello Filho, que assumiu a presidência do TST em setembro, tem votado contra benefícios à magistratura. Formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ele assumiu o posto de juiz trabalhista em 1987 e tomou posse no TST em 2006.

"Não estou defendendo que ninguém ganhe mal, mas as coisas estão fora do limite de contenção", pontuou o magistrado. Mello Filho também defende que os magistrados não devem ter poder para decidir sobre a própria remuneração. Nesse sentido, ele defende que tal tema seja "resolvido" por meio de proposta de emenda à Constituição (PEC). "Eu sou juiz há 39 anos. Nunca na minha vida eu postulei um aumento de salário", argumentou.

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O presidente do TST, que com o cargo também acumula a função de presidente do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), elogiou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin. Fachin também possui a mesma prerrogativa: além de presidente do STF, é presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Para Mello Filho, no entanto, há mérito de Fachin ao instalar o Observatório de Integridade do Poder Judiciário: "é um marco, e pode levar a soluções positivas", opinou o magistrado, que também lembrou da situação do CNJ na época em que foi membro: "tinha a maior dificuldade de saber quanto os tribunais pagavam. Isso me levou a um inconformismo muito grande."

Ao comentar o julgamento dos trabalhos por aplicativo no STF, o magistrado criticou a invasão de competências da Corte: "o Supremo não tem expertise ou conhecimento da realidade para poder definir isso judicialmente. Eu espero que o Supremo não decida antes que o Congresso faça alguma coisa", concluiu.

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