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Lula e Maduro
No entanto, Lula ainda não se pronunciou publicamente aos brasileiros após o resultado do referendo promovido por Maduro, que foi recebido pelo presidente em maio, no Palácio do Planalto.| Foto: André Coelho/EFE

O presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, disse na noite desta quarta (6) que recebeu apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação ao conflito territorial com a Venezuela. Ele afirmou que o petista assegurou que o país agirá de maneira responsável, evitando comportamentos imprudentes.

Desde o início da disputa após o referendo que deu uma vitória de 95% ao governo de Nicolás Maduro, Lula não se pronunciou claramente ao povo brasileiro sobre sua posição ao aliado recebido com honras de chefe de Estado no Palácio do Planalto em meados de maio. Foi a primeira vez que o líder venezuelano veio ao Brasil desde 2015, quando participou de um encontro entre os países do Mercosul, promovido pela então presidente Dilma Rousseff (PT).

“O presidente Lula me garantiu que o Brasil apoia fortemente a Guiana e que não veria nenhum comportamento imprudente da Venezuela”, afirmou o presidente guianense à CNN Brasil.

Um pouco antes, ele disse que recebeu uma ligação de Lula antes do referendo, e que o governo brasileiro teria enviado uma equipe para conversar com Maduro sobre a intenção de anexar parte do território guianense. “Esperamos que o Brasil tenha um papel de liderança, um papel significativo em garantir que essa região se mantenha. [...] Nós vemos o governo brasileiro tomando medidas para garantir seu território”, disse à GloboNews.

A Venezuela reivindica a região de Essequibo com a Guiana, o que levou Irfaan Ali a recorrer ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) contra a “alegação ilegal” de Maduro pelo controle da área. A postura venezuelana foi classificada por ele como uma “ameaça direta” à integridade territorial guianense.

O colegiado da ONU vai se reunir nesta sexta (8) para discutir a disputa.

“Temos confiança de que o Brasil vai agir de maneira responsável, de maneira que seja condizente de um país que mostra maturidade e liderança”, afirmou.

O presidente também mencionou o plebiscito realizado na Venezuela, onde mais de 95% dos participantes apoiaram a reivindicação de Nicolás Maduro sobre Essequibo. Ali classificou a consulta como ilegal e destacou que a Guiana continuará a buscar a resolução do litígio na Corte Internacional de Justiça.

Irfaan Ali informou que seu governo trabalha em conjunto com o Departamento de Estado dos EUA e tem buscado apoio em organizações multilaterais, como a Caricom, a OEA e a Commonwealth. As Forças Armadas da Guiana estão em alerta total, e o presidente reafirmou a decisão de levar o caso ao Tribunal Internacional de Justiça, destacando que não permitirá a violação de seu território.

“Como você sabe, a Guiana é um país cumpridor da lei. Acreditamos no Tribunal Internacional de Justiça. É por isso que estamos perante a TIP. E acreditamos que é no TIP que esta controvérsia deve ser resolvida”, completou.

Diante do impasse, ministros das Relações Exteriores e da Defesa de países sul-americanos, incluindo representantes de Guiana e Venezuela, reuniram-se em Brasília para buscar uma solução diplomática. Irfaan Ali espera que o Brasil, em particular, desempenhe um papel significativo para manter a paz na região.

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