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Um grupo de manifestantes da esquerda fez um protesto neste domingo (6), em São Paulo, pedindo a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de militares envolvidos na suposta tentativa de golpe de Estado. O ato ocorreu a poucos quilômetros de distância da manifestação a favor da anistia aos envolvidos no 8 de janeiro de 2023.
Além dos cartazes pedindo a prisão do ex-presidente e de “generais golpistas”, os manifestantes empunharam também bandeiras de apoio à Palestina, que voltou a ser bombardeada pelas forças israelenses. Centenas de pessoas caminharam da antiga sede do Doi-Codi, na zona Sul da capital paulista, até o monumento em homenagem aos mortos e desaparecidos políticos na região do Parque Ibirapuera.
“A caminhada também cumpre o papel de reunir sobreviventes desse período, além de familiares de mortos e desaparecidos. Tivemos a presença da Vera, filha do Rubens e Eunice Paiva, da procurador Eugênica Gonzaga, da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, e de vários artistas”, disse Maurice Politi, diretor-executivo do Núcleo de Preservação de Memória Política, um dos organizadores do protesto.
A manifestação foi organizada pelo “Movimento Vozes do Silêncio” pelas “vítimas de violência do Estado”, e pediu ainda o fim da anistia aos envolvidos em crimes durante o governo militar. O ato teve como tema “Ainda estamos aqui”, em referência ao filme “Ainda estou aqui”, premiado pelo Oscar neste ano.
Durante a caminhada de pouco mais de 1 quilômetro, houve um pequeno confronto com um apoiador do ex-presidente que passava pelo caminho e que precisou ser retirado pela polícia.
O ato teve a presença de políticos de esquerda como a deputada federal Samia Bonfim (PSOL-SP), a vereadora Luna Zarattini (PT-SP), e os ex-deputados José Genoíno e Adriano Diogo.
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A manifestação da esquerda ocorreu no mesmo horário em que Bolsonaro reunia milhares de pessoas na Avenida Paulista pedindo anistia aos presos pelos atos de 8/1. Além de apoiadores, o ex-presidente reuniu governadores aliados como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG), Ratinho Jr. (PSD-PR) e Ronaldo Caiado (União-GO).
“A grande maioria do povo brasileiro entende as injustiças e agora se socorre na nossa Câmara Federal e no Senado Federal para fazer justiça. E a anistia é competência privativa do Congresso Nacional. Caso eles votem, o projeto seja sancionado, promulgado, ou no caso de um veto, vale a anistia”, disse Bolsonaro durante o ato.
A manifestação convocada por Bolsonaro e por seus apoiadores para São Paulo tinha como principal foco tentar ampliar o apoio por parte dos deputados e senadores ao projeto da anistia. A nova norma, se promulgada e aplicada, poderia livrar os presos nas manifestações do 8 de janeiro de 2023, Bolsonaro e seus aliados das acusações de tentativa de golpe de Estado, de abolição do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, dano ao patrimônio da União e deterioração de bens públicos tombados.








