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Lei Magnitsky

PT aciona STF para impedir que bancos brasileiros apliquem sanções a Moraes

Líder do PT pede que STF investigue Tarcísio por suposta tentativa de ajudar fuga de Bolsonaro
Lindbergh Farias quer que STF proíba bancos brasileiros de cumprirem sanções dos EUA (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

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O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), apresentou medida cautelar ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, para que conceda liminar impedindo que bancos e outras instituições financeiras do Brasil apliquem as sanções previstas na Lei Magnitsky e impostas ao ministro Alexandre de Moraes por decisão do governo de Donald Trump.

A inclusão de Moraes na Lei Magnitsky foi feita em 30 de julho e na prática deixa o ministro impossibilitado de ter relação com qualquer empresa americana, inclusive as de cartões de crédito. Também impõe restrição de entrada nos Estados Unidos e bloqueio de bens no território dos Estados Unidos. A lei pune pessoas responsáveis por graves violações de direitos humanos, como tortura e terrorismo, é aplicada pela primeira vez a uma autoridade de país democrático.

Casa Branca poderia retaliar

O portal Metrópoles, citando fontes em Washington, indicou que o governo Trump poderá retaliar com novas sanções outros ministros do STF caso decida favoravelmente a ação do PT para blindar Alexandre de Moraes da Lei Magnitsky. A Casa Branca encararia a decisão como uma afronta à aplicação da lei norte-americana, provocando uma nova ofensiva que incluiria até usar a Magnitsky contra outros ministros.

Lindbergh Farias sustenta na petição que a aplicação das sanções no Brasil representa “transferência de soberania incompatível com a Constituição” e que nenhuma decisão de governo estrangeiro pode ter efeitos jurídicos no Brasil sem homologação interna adequada, pelo Congresso Nacional.

Na ação, o petista alerta que a imposição extraterritorial das medidas fere a cláusula pétrea da separação dos poderes e compromete a independência judicial. Segundo o documento, permitir bloqueios ou restrições financeiras seria uma forma de coação contra o ministro no exercício de sua função.

Lei Magnitsky não pode afetar pessoas dentro do Brasil, segundo líder do PT

Na petição, ele pede que o STF indique que nenhuma autoridade brasileira pode ser afetada dentro do território nacional por sanções estrangeiras sem base legal interna. A petição requer ainda que a decisão seja comunicada ao Banco Central e a todas as instituições financeiras no país, para que não a executem, evitando que o sistema bancário nacional se transforme em instrumento de política externa dos EUA.

No documento, Lindbergh Farias cita o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o jornalista e empresário Paulo Figueiredo como supostos articuladores do processo para pressionar Moraes, caracterizando essa atuação como "ataque institucional transnacional contra a soberania judicial brasileira".

“Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo (…) publicamente confessaram a estratégia de usar sanções internacionais como instrumento de chantagem contra membros do STF, exigindo a anistia como condição para retirada das punições”, cita o documento.

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