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Lula e Sergio Massa
Candidato do atual presidente da Argentina, Sergio Massa, é amigo de Lula e disputa a eleição contra o libertário Javier Milei.| Foto: Juan Ignacio Roncoroni/EFE

O Partido dos Trabalhadores (PT) oficializou neste domingo (5) o apoio à candidatura de Sergio Massa à presidência da Argentina, através de um comunicado publicado no site da legenda e assinado pela presidente do partido, a deputada federal Gleisi Hoffmann, e por Romênio Pereira, secretário de relações internacionais do PT.

Massa é o candidato do atual presidente da Argentina, Alberto Fernández, e amigo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e vai disputar o segundo turno da eleição presidencial do país daqui a 13 dias contra o economista Javier Milei, que vem avançando nas pesquisas.

A nota do PT destaca que a eleição da Argentina representa “dois projetos de sociedade [que] se enfrentam: um, representado pela candidatura presidencial de Sergio Massa, de perfil democrático e popular, com um programa de governo de desenvolvimento e justiça social; e outro, do candidato Javier Milei, representando a extrema-direita e o ultra neoliberalismo econômico do 'salve-se quem puder'” (veja na íntegra).

O PT afirma que o modelo de Milei já é conhecido dos brasileiros, como uma “alternativa de extrema-direita, que também governou nosso país no período anterior. Conhecemos toda a dor e o sofrimento que o descaso com a vida do povo significou para nosso país”.

O comunicado do partido contrasta com o silêncio que Lula vem mantendo sobre a eleição presidencial argentina, em que evita prestar um apoio oficial a Massa. Apesar de não dar declarações públicas sobre a disputa no país vizinho, o petista se encontrou com o candidato no final de agosto em Brasília.

No primeiro turno da eleição presidencial argentina, Massa obteve a maioria dos votos, mas pesquisas indicam uma disputa acirrada no segundo turno. Milei, um economista oriundo do mercado financeiro, defende propostas econômicas liberais, como a dolarização da economia argentina, redução de gastos públicos e impostos, e a saída do país do Mercosul – o que preocupa o governo brasileiro.

Mais recentemente, o governo brasileiro foi acusado pela oposição de tentar interferir na eleição ao anunciar um acordo de US$ 600 milhões com a Argentina para financiar as exportações ao país vizinho. Lula teria também trabalhado nos bastidores para facilitar um empréstimo de US$ 1 bilhão do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) à Argentina, que ajudaria o país a fechar uma nova operação com o Fundo Monetário Internacional (FMI) – a suposta pressão foi negada pela ministra Simone Tebet, do Planejamento, que é também governadora da instituição.

A campanha de Massa também conta com a presença de profissionais brasileiros de marketing político, que buscam caracterizar uma eventual gestão de Milei como um cenário de “salve-se quem puder”, semelhante à utilizada pelo PT durante a eleição de 2022 entre Lula e Jair Bolsonaro (PL).

Marqueteiros brasileiros como Raul Rabelo, Otávio Antunes e Halley Arrais estão atuando na campanha de Massa, buscando conquistar eleitores argentinos com mensagens de autoestima e unidade nacional, em um cenário político que pode ser decisivo para o futuro da Argentina e das relações com o Brasil.

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