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Fachada do Ministério da Defesa; Comando da Aeronáutica e Força Aérea Brasileira.
Fachada do Ministério da Defesa; Comando da Aeronáutica e Força Aérea Brasileira.| Foto: Geraldo Magela/Agência Senado.

O ex-presidente do Tribunal de Contas da União José Múcio Monteiro, indicado ao cargo de ministro da Defesa do próximo governo, anunciou em entrevista à Globo News, na noite de sexta-feira (9), os nomes escolhidos pelo presidente Lula para o comando das Forças Armadas. O Exército será comandado pelo general de exército Julio Cesar de Arruda. A Marinha será comandada pelo almirante de esquadra Marcos Samapio Olsen. E a Aeronáutica será comandada pelo tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno.

A escolha dos nomes respeita o critério de antiguidade, tradição na qual o presidente da República indica um dos três oficiais-generais com mais tempo no topo da carreira para assumir o comando de sua respectiva força armada. Arruda e Damasceno são os oficiais-generais "quatro estrelas" da ativa com mais tempo na carreira.

Olsen é o segundo mais antigo oficial-general. O almirante de esquadra com mais tempo de caserna é Renato Rodrigues de Aguiar Freire, que foi indicado para chefiar o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas.

Como as Forças Armadas avaliam a escolha de Lula para os comandos

A escolha de Lula foi bem avaliada dentro das Forças Armadas. Ao respeitar o critério de antiguidade, o petista transmite a mensagem de zelar pela institucionalidade militar. Os nomes escolhidos são discretos e têm perfis técnicos, afirmam militares reservadamente.

Segundo oficiais das Forças Armadas, o respeito ao critério da antiguidade é importante porque sinaliza que Lula não quer nem promove uma interferência política à caserna.

"Pegar os mais antigos e escolher um a um mostra que Lula segue uma escolha dentro de uma razoabilidade institucional", comenta um dos militares à Gazeta do Povo.

O respeito à tradição dos mais antigos havia sido sugerido a Lula por interlocutores ainda no início da transição e não é uma surpresa entre militares. Em seus outros dois mandatos, o presidente eleito também adotou a escolha pelo mesmo critério.

O que Lula disse sobre as Forças Armadas

Ao anunciar seus primeiros ministros, Lula não confirmou os nomes e disse que faria isso após o jogo da Seleção Brasileira. Mas fez afagos às Forças Armadas. O petista disse que, "possivelmente", foi o presidente que mais recuperou as "condições econômicas" e as "necessidades estratégicas" das Forças Armadas.

"Tenho certeza que nunca o Exército, a Marinha e a Aeronáutica receberam tanto a ajuda de um governo com eles recebiam. Quando eu cheguei na Presidência, o avião presidencial estava aposentado, e os que funcionavam se chamavam 'sucatinha'", declarou Lula.

Lula lembrou, ainda, que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) chegou a viajar em voo de carreira à época em razão da situação dos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), e destacou ter autorizado a compra de aviões das Forças Armadas em sua gestão. "O Exército não tinha mais nada, mas recuperamos o batalhão de engenharia do Exército. E na Marinha, a mesma coisa, destacou.

O petista prometeu fazer "mais" em seu novo mandato e elogiou o "papel constitucional" exercido pelas Forças Armadas. "Elas têm que cuidar da soberania nacional, ela tem que defender o povo brasileiro de possíveis e eventuais inimigos externos", declarou.

Na sequência, Lula disse as Forças Armadas não foram feitas para "fazer política" ou para "ter candidato", sem quaisquer referências nominais. "Quem quiser ser candidato, se aposente e seja candidato. Mas as pessoas da ativa das Forças Armadas têm função nobre, que é cuidar da segurança de 215 milhões de brasileiros, cuidar das nossas fronteiras e cuidar de nossa soberania. E tenho certeza que não poderia haver ninguém mais preparado para cuidar da Defesa do que o companheiro José Múcio", afirmou.

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