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Forças Armadas

Reforma da Previdência dos militares tramita a toque de caixa no Senado

Projeto que reestrutura a carreira nas Forças Armadas também modifica regras de Previdência dos militares.
Projeto que reestrutura a carreira nas Forças Armadas também modifica regras de Previdência dos militares. (Foto: Gazeta do Povo/Arquivo)

Depois de oito meses de debates e profundas alterações na Câmara dos Deputados, o projeto de lei 1.645/19, de iniciativa do governo federal, que altera a previdência social dos militares e implementa uma reestruturação da carreira nas Forças Armadas, caminha para uma tramitação mais tranquila e ágil no Senado. O projeto, conhecido como a reforma da Previdência dos militares, chegou à Casa no dia 19 de novembro e já pode ir a plenário em pouco mais de uma semana.

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Um acordo de lideranças no Senado determinou que o projeto fosse apreciado exclusivamente pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Casa, antes de ser submetido ao plenário. Após apenas três reuniões, com a realização de duas audiências públicas, o relator, senador Arolde Oliveira (PSD-RJ), anunciou que fará a leitura de seu voto nesta quarta-feira (27).

“Aqui no Senado é mais simples, é uma revisão. Fizemos duas audiências públicas muito amplas, atendendo a todos os requerimentos, ouvimos todo mundo e encerramos essa fase de discussão. Vou fazer a leitura do meu relatório na comissão e o projeto estará pronto para votação. Se não houver pedidos de vista, a comissão vota e já vai para o plenário, onde deverá ter pedido de urgência. Acredito que será uma tramitação muito rápida”, disse o relator.

No plenário haverá espaço para emendas na Previdência dos militares, lembra relator

Apesar de não querer adiantar seu voto, o senador indicou que não deve fazer grandes alterações no projeto de Previdência dos militares aprovado pela Câmara. Questionado sobre a queixa dos graduados das Forças Armadas e seus familiares, que protestaram na Câmara, alegando que o projeto privilegia os postos mais altos da carreira de oficial, Arolde Oliveira argumentou que o projeto está sendo mal interpretado. “É uma questão de avaliação, mas acho que existe muito desconhecimento sobre o que é o projeto exatamente. E, como vai ao plenário, ainda vai caber emendas”, disse.

A pressa na aprovação do projeto tem justificativa: o governo conta com a aprovação ainda este ano, uma vez que os impactos financeiros da reforma, tanto com a economia e o incremento de arrecadação quanto com o reajuste nos vencimentos dos militares por conta dos adicionais criados ou ampliados, já estão previstos no Orçamento aprovado para 2020. O impacto financeiro previsto é de R$ 10 bilhões em 10 anos de economia.

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Estados querem definir alíquotas de contribuição de PMs e bombeiros

Na audiência pública desta terça-feira (26), o governador do Rio grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), falou em nome dos estados da federação, abordando a principal mudança imposta pela Câmara na reforma da Previdência dos militares: a inclusão de policiais militares e bombeiros, hoje subordinados a legislações estaduais, no projeto.

O governador disse achar justo e correto a equiparação dos militares estaduais aos federais, garantindo a integralidade dos vencimentos na passagem pela reserva e a paridade nos reajustes com os militares da ativa, mas ponderou que as alíquotas deveriam ser mantidas com competência estadual, uma vez que o projeto prevê alíquota de contribuição de 10,5% para os militares e, em diversos estados, um índice mais alto já é aplicado (entre 11% e 14%).

“Dada a diferença de remuneração entre os estados e a diferente razão de dependência entre inativos e ativos, seria prudente que a definição da alíquota ficasse a critério de cada estado. É praticamente impossível, dado nosso quadro de insuficiência financeira, reduzir essa alíquota”, disse Leite.

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Também na audiência, representantes de diferentes classes militares criticaram os diferentes índices de reajustes propostos nos adicionais por habilitação (cursos concluídos) e por disponibilidade, que aumentam de acordo com a patente dos militares. “Ninguém é contra o projeto de lei, só estamos propondo ajustes na tabela, para que esse bolo seja melhor repartido, que o alto comando não perca, mas que os graduados não sejam prejudicados, como estão sendo com esse projeto”, disse o diretor da Associação da Família Militar Adão Birajara Amador Farias.

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