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Regina Duarte
Regina Duarte, durante reunião com o presidente Jair Bolsonaro em Brasília.| Foto: Marcos Corrêa/PR

Finalmente desvinculada da Rede Globo, a atriz Regina Duarte toma posse nesta quarta-feira (3) como secretária especial de Cultura do governo Bolsonaro. Seria natural, ao assumir um cargo, que a nova secretária se cercasse, nas diretorias mais próximas, de pessoas de sua confiança. Um movimento que pode mexer com o chamado núcleo ideológico do governo, formado por pessoas próximas ao escritor Olavo de Carvalho. Há risco de que essas trocas signifiquem a exoneração ou o rebaixamento de comissionados ligados a Olavo de Carvalho, que vinha exercendo influência direta sobre a pasta quando comandada por Roberto Alvim.

Regina já promoveu uma troca na Cultura, com a saída da pastora Janícia Ribeiro Silva, conhecida como Reverenda Jane, da secretaria adjunta da pasta, por Odecir Luiz Prata da Costa, servidor federal de carreira e ex-diretor de Incentivo à Produção Cultural da Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura (Sefic). “A troca de uma pessoa extremamente de direita por uma extremamente de esquerda”, afirmou a pastora em live nas redes sociais.

Próximo à atriz e presidente da Funarte (Fundação Nacional de Artes) na gestão Dilma Rousseff (PT), o produtor Humberto Braga é cotado para voltar ao governo, o que implicaria na exoneração do maestro Dante Mantovani do cargo. Na última segunda-feira (2) o Ministério do Turismo nomeou Marcos Teixeira Campos, também funcionário de carreira, ligado ao movimento dos artistas do Rio de Janeiro, para exercer o encargo de substituto eventual do presidente da Funarte.

Mas a Sefic seria o órgão mais cobiçado pelo aliado de Regina Duarte, por controlar os projetos beneficiados pela Lei Rouanet. Até esta terça-feira (3) o secretário era Camilo Calandreli, que se antecipou e entregou o cargo. O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, segundo os sites da revista Veja, Época e O Antagonista, também não estaria nos planos da nova secretária.

Olavo de Carvalho usou sua página no Facebook para comentar as possíveis trocas na Cultura. Dizendo que podia ser apenas uma fofoca dos veículos de imprensa, o escritor sugeriu que “se a Regina Duarte quer mesmo se livrar de indicados do Olavo de Carvalho, a pessoa principal que ela teria de botar para fora do Ministério seria ela mesma”.

Ele disse ter sido o primeiro a ser consultado sobre o nome da atriz pelo presidente Jair Bolsonaro e concluiu: “Ela decerto não me deve gratidão nenhuma por isso, mas me deve — e estou cobrando em público — uma confirmação ou desmentido desse zunzum”. A Secretaria Especial de Cultura não comentou.

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