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O deputado federal e ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (PL-SP) foi o entrevistado do programa "Café com a Gazeta do Povo" nesta terça-feira (31), e abordou temas centrais da política nacional, como a situação da deputada Carla Zambelli (PL-SP), a possibilidade de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e as invasões de terra.
Salles iniciou sua participação comentando sobre o caso de Carla Zambelli, que enfrenta um processo no Supremo Tribunal Federal (STF). Embora reconheça que a conduta da deputada de perseguir um indivíduo na rua com uma arma não foi a correta, Salles criticou o que considera um "rigorismo muito exagerado das penas" aplicadas a réus de direita, em contraposição a uma suposta "leniência" com réus de esquerda. “Não perdemos a eleição por conta da Carla Zambelli. Nunca se perde uma eleição por uma coisa só, perde-se a eleição por uma série de fatores”, afirmou o parlamentar.
Salles criticou o tamanho da pena imposta pelo STF. “A dosimetria que cai sobre a Zambelli está errada, assim como nos casos do 8 de janeiro. Quando os réus são de direita as penas são muito exageradas, esse é o momento que vive o Brasil”.
O deputado levantou dúvidas sobre se a eventual cassação de Zambelli afetaria os demais parlamentares eleitos pelo mesmo coeficiente eleitoral em São Paulo. Ele ressaltou a importância de verificar a legislação eleitoral para entender as consequências de uma cassação de candidatura versus uma cassação de mandato.
Sobre a anistia para os presos e processados pelos atos de 8 de janeiro, Salles se mostrou otimista quanto à possibilidade de votação na Câmara dos Deputados até o final de abril ou início de maio, caso haja uma boa articulação política. “Acho que já temos o número de votos [para aprovação do PL da Anistia]. Toda votação mais polêmica é preciso entrar com uma ‘gordura’ de votos para a garantir que mesmo se o governo comprar apoio, essa postura repugnante, não seremos surpreendidos”, disse Salles.
Questionado sobre a possibilidade de buscar apoio internacional contra a suposta censura e a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, Salles se mostrou cético quanto à efetividade dessa estratégia.
No que diz respeito às invasões de terra que têm aumentado no país, Salles criticou a conivência do governo federal com o Movimento Sem Terra (MST) e o uso de recursos públicos para financiar a chamada reforma agrária. Ele defendeu que, em pleno século XXI, falar em expropriação e invasão de terras para pressionar o governo não faz sentido.
O programa "Café com a Gazeta do Povo" vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 7h. A nova atração traz o noticiário nacional e internacional, com análises de comentaristas e participações de apresentadores nos estúdios de São Paulo e Curitiba.
