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Apesar das críticas do ex-presidente Jair Bolsonaro, o senador Marcos Pontes (PL-SP) manteve sua candidatura à presidência do Senado. O parlamentar se lançou na disputa de forma independente, já que a bancada do PL, com 14 senadores, fechou apoio ao nome de Davi Alcolumbre (União-AP) na eleição marcada para este sábado (1º).
"Sou muito agradecido a tudo que o ex-presidente Bolsonaro fez por mim e pelo Brasil. Ele me trouxe para a política depois de uma carreira enorme que eu já tinha no Brasil e fora do planeta até", disse o senador.
A bancada do PL vinha trabalhando internamente para fazer com que Marcos Pontes recuasse de sua candidatura, mas não houve recuo por parte dele. Questionado se teme algum tipo de retaliação por parte da cúpula do partido de Bolsonaro, o senador afirmou que precisa ter "coragem para se fazer o que acredita".
"Não temo absolutamente nada, pois tem que ter coragem para se fazer aquilo que acredita", completou o senador.
O PL decidiu apoiar Alcolumbre em um acordo que envolve a indicação para a primeira vice-presidência e em colegiados importantes da Casa. A sigla quer evitar o que ocorreu em 2023, quando Rogério Marinho (PL-RN) foi derrotado por Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e o partido ficou sem cargos e representatividade na Mesa e em comissões.
“Nosso erro foi tentar eleger o Rogério Marinho em 2023. Só que, quando perdemos, ficamos sem [cargos na] Mesa Diretora e comissões. Se você quer convocar um ministro, como, por exemplo, a Nísia [Trindade, da Saúde] não consegue”, disse Bolsonaro à revista Oeste na semana passada.
Em discurso no plenário na manhã deste sábado, o líder do PL no Senado, senador Carlos Portinho (PL-RJ), fez um "apelo" ao "colega senador Astronauta" para que renuncie à candidatura. "Vamos unidos, porque é essa união que vai nos fortalecer, ninguém vai à lua sozinho, ninguém chega nesse Senado sozinho. É preciso articular, é preciso agregar", disse, instando os colegas de partido a "seguirem o presidente Jair Bolsonaro em sua indicação, como eu farei".
"O PL tem líder, e o líder se chama Jair Messias Bolsonaro, o maior líder da direita que esse país já viu. E todas as conversas que nos levaram à compisição para a indicação do candidato senador Davi Alcolumbre à presidência do Senado foram conduzidas pessoalmente pelo presidente Jair Bolsonaro. Mas, de forma democrátia, como é o PL, ele levou à nossa bancada, que, por extensa maioria, amplíssima maioria, decidiu acompanhar, o que é óbvio, o seu líder", declarou.
A estimativa de alguns senadores é que o PL dê, pelo menos, 12 dos 14 votos para Alcolumbre. A candidatura dele é considerada favorita por reunir, além do apoio do partido de Bolsonaro, o aval de outras seis legendas, que somam 70 senadores. Para ser eleito, são necessários 41 votos e a votação acontece de forma secreta.




