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Avanço das facções

Senado inicia criação da CPI do Crime Organizado

De iniciativa de Alessandro Vieira, requerimento de criação da CPI foi lido em plenário por Davi Alcolumbre. (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado )

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Durante a sessão plenária do Senado, nesta terça-feira (17), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), fez a leitura do pedido de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, que investigará a atuação de facções criminosas e milícias no Brasil.

A partir de agora, começa a indicação dos membros do colegiado e a expectativa é que a CPI seja instalada no segundo semestre, após o recesso parlamentar de julho.

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De autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), a CPI pretende apurar como as organizações criminosas operam, de onde vêm seus recursos, como se estruturam e qual o grau de infiltração que possuem em comunidades, instituições e até mesmo em órgãos públicos e propor medidas legislativas para o combate efetivo.

“O crime organizado se estruturou como um grande negócio ilícito, com atuação dentro e fora dos presídios, ampliando sua influência sobre comunidades inteiras e até sobre agentes públicos. O Senado tem a responsabilidade de investigar e propor soluções concretas para impedir esse avanço”, afirma o senador.

Os números revelam a gravidade da situação. Em 2022, o Brasil registrou 47,3 mil mortes violentas intencionais, com uma taxa de 23,3 homicídios por 100 mil habitantes, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Estados como Amapá, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Amazonas estão entre os mais violentos do país, superando a média nacional. O cenário coloca o Brasil entre as 20 nações mais violentas do mundo, de acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).

Além da violência direta, o tráfico de drogas é uma das principais fontes de lucro das facções criminosas. Estima-se que a venda de cocaína movimentaria até R$ 335 bilhões caso toda a droga que passa pelo Brasil fosse exportada para a Europa.

Outro foco da CPI será o avanço das milícias, que controlam territórios, impõem taxas ilegais e atuam com um poder paralelo ao Estado. No Rio de Janeiro, a maior milícia do país, conhecida como Bonde do Zinho, domina grande parte da Zona Oeste e possui um arsenal de guerra semelhante ao de forças militares.

Para o senador, a CPI será fundamental para construir estratégias eficazes no enfrentamento ao crime organizado. “As facções criminosas e as milícias expandiram sua atuação sem que houvesse uma resposta coordenada do Estado. Não podemos continuar assistindo à escalada da violência sem reagir. Essa CPI será uma oportunidade para aprofundar investigações, expor o funcionamento dessas redes e propor mudanças legislativas que cortem o fluxo financeiro dessas organizações e fortaleçam a segurança pública no Brasil”, concluiu o senador.

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