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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets prendeu em flagrante o empresário Daniel Pardim durante depoimento nesta terça-feira (29), sob acusação do crime de falso testemunho. A CPI das Bets foi aberta em novembro de 2024 e investiga a possível associação do setor de apostas, as bets, com organizações criminosas e práticas ilícitas.
A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora do colegiado, apontou que Pardim mentiu ao dizer que não conhece a sócia de sua empresa e apresentou o pedido de prisão.
“Ele começou mentindo desde o começo, dizendo que não conhece o seu sócio. Ele mentiu mais de três ou quatro vezes, e nós demos a chance, repetimos perguntas. Ninguém constitui uma sociedade com quem você não conhece. Ele prestou o compromisso [como testemunha] de dizer a verdade naquilo que não o incriminasse”, disse a senadora.
No momento em que Soraya deu voz de prisão a Pardim, o advogado Lucas Monteiro Faria, que representa o empresário, classificou a medida como “um claro abuso” e informou que vai recorrer.
Soraya destacou que a prisão foi dentro da legalidade e garantiu que responderia a um eventual processo por suposto abuso de autoridade “com a maior tranquilidade do mundo”.
Após deliberação, o presidente da comissão, senador Dr. Hiran (PP-RR), acatou o pedido e chamou a polícia legislativa para deter o empresário. Segundo a relatora, Pardim e Adélia Soares são sócios da Peach Blossom River Technology, empresa que participa da companhia Payflow, que atua no setor de pagamentos digitais e presta serviços a bets.
A Payflow é investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal por indícios de lavagem de dinheiro e transferências ilegais, informou a Agência Senado. Adélia é advogada da influencer Deolane Bezerra, que também não atendeu à convocação da CPI em 10 de abril.
O presidente da comissão afirmou que a advogada deverá ser conduzida forçadamente à CPI para prestar depoimento, pois também foi convocada para a sessão desta terça, mas não compareceu.
Durante o depoimento, Pardim afirmou que trabalha no ramo gastronômico e que “estava com planos de abrir um delivery”. Os senadores Izalci Lucas (PL-DF) e Damares Alves (Republicanos-DF) afirmaram que o empresário poderia ser apenas um “laranja”.
Izalci afirmou que o depoente consta como sócio de outras empresas, inclusive fora do Brasil. “São empresas como [as que exploram o jogo] do Tigrinho que tiveram bilhões e bilhões de reais, movimentando e criando empresas de pagamento que são as principais responsáveis pelo envio de recursos para outros países”, enfatizou o senador do PL.
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