• Carregando...
O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida
O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida| Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, saiu, nesta terça-feira (16), em defesa da ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, que nesta segunda (15) associou as fortes chuvas no Rio de Janeiro neste fim de semana a “efeitos de racismo ambiental e climático”.

Segundo Almeida, o termo "racismo ambiental" é "objeto de estudos científicos" e "visa a explicar a forma com que as catástrofes ambientais e a mudança climática afetam de forma mais severa grupos sociais política e economicamente discriminados que, por esse motivo, são forçados a viver em condições de risco".

Almeida argumentou que "não significa dizer que apenas pessoas destes grupos são afetadas pelos eventos climáticos, mas que as pessoas que a estes grupos pertencem são MAIS afetadas, por razões sociais, por eventos ambientais".

Ao fazer menção à ministra da Igualdade Racial, o ministro tentou justificar que ela utilizou um "conceito aceito na academia para tratar dos eventos que assolaram a cidade do Rio de Janeiro e seu povo, povo este que merece toda a nossa solidariedade".

"Como todo conceito, racismo ambiental não explica o todo, mas dá luz a importantes fatores que devem, sim, ser considerados na confecção de políticas públicas. O fato de alguém desconhecer um conceito ou mesmo discordar de forma fundamentada - o que é totalmente legítimo, especialmente no campo da ciência - não apaga o fato de que o conceito existe", escreveu Almeida pela rede X.

Ministra apresenta explicações sobre o termo

Nesta terça-feira (16), a ministra Anielle voltou a reforçar o conceito de "racismo ambiental" ao compartilhar uma série de imagens de desastres naturais que, segundo ela, "impactam a vida das pessoas negras nas cidades". Ela também apontou que "o desastre tem impacto direto nas mulheres negras". "Na Região Metropolitana do Rio são 2,2 milhões de mulheres em pobreza ou extrema pobreza. Dessas, cerca de 1,6 milhão é negra", escreveu a ministra na rede X.

Segundo a ministra, "o impacto das mudanças climáticas é agravado devido à desigualdade racial e social nas regiões periféricas e de maioria negra que têm menos acesso a saneamento básico e políticas de infraestrutura".

Anielle afirmou que a pasta da Igualdade Racial integra o Grupo de Trabalho Interministerial para Mudança do Clima, "com ações específicas para a população quilombola e, de forma transversal, para a promoção da igualdade racial diante das mudanças climáticas". "É por meio do enfrentamento às desigualdades que efetivamente atingiremos justiça climática. Nenhuma medida será plenamente eficaz enquanto não pensarmos as soluções colocando no centro as populações mais vulnerabilizadas, em sua maioria as pessoas pobres e negras", explicou.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]