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Crise das emendas

STF marca julgamento de deputados do PL por suposto desvio de emendas parlamentares

Primeira Turma do STF
Três deputados são acusados pela PGR de cobrarem propina para liberar emendas da saúde para município do Maranhão. (Foto: reprodução/Youtube TV Justiça)

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O ministro Flávio Dino, que preside a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou para os dias 10 e 11 de março de 2026 o julgamento da ação penal que investiga deputados do PL suspeitos de participarem de um esquema de desvio de emendas destinadas à saúde de municípios maranhenses. Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), os parlamentares supostamente teriam cobrado propina para liberar recursos federais à cidade de São José de Ribamar, no Maranhão.

A PGR pede a condenação de Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Pastor Gil (PL-MA) e do suplente Bosco Costa (PL-SE), apontando que o grupo teria atuado em um esquema de corrupção passiva e organização criminosa ao exigir R$ 1,6 milhão em propina para permitir o repasse de R$ 6,6 milhões em emendas para a saúde do município.

A denúncia sustenta que as provas reunidas durante a investigação comprovam que o grupo praticava cobrança irregular de valores e pressionava gestores municipais para liberar recursos públicos. O caso é relatado pelo ministro Cristiano Zanin e será analisado também pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e o próprio Dino.

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A investigação começou em 2020 quando o então prefeito de São José de Ribamar, Eudes Sampaio, denunciou o esquema de desvio envolvendo parlamentares, lobistas e até um agiota. Para os investigadores, o grupo cobrava 25% de propina sobre emendas destinadas à área da saúde, transformando recursos públicos em moeda de troca política.

O modo de operação descrito pelos investigadores mostra que agiotas emprestavam dinheiro a parlamentares que, por sua vez, indicavam emendas a prefeituras como garantia informal. A cobrança do empréstimo era então repassada aos prefeitos, que precisavam devolver parte do valor recebido para manter o acordo funcionando.

Segundo a apuração, três emendas somando R$ 6,67 milhões teriam sido utilizadas pelos parlamentares nas negociatas. Desse total, R$ 1,6 milhão foi exigido do gestor de São José de Ribamar como contrapartida ao grupo investigado. Maranhãozinho seria o líder do esquema, enquanto que Pastor Gil e Bosco Costa integrariam o braço político das negociações.

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