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A Organização Não Governamental (ONG) Transparência Internacional/Brasil repercutiu, na manhã desta terça-feira (9), o contrato milionário entre a mulher de Alexandre de Moraes e o Banco Master. Segundo a ONG, o Judiciário brasileiro está se transformando em um grande “Gilmarpalooza”.
“R$ 129 milhões é o valor do contrato da esposa do ministro com o Banco Master. O Sistema de Justiça brasileiro está virando um grande Gilmarpalooza”, escreveu a Transparência Internacional em sua conta na rede social X.
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Mais cedo, a coluna de Malu Gaspar, do jornal O Globo, revelou que o escritório de advocacia da esposa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tinha um contrato com o Banco Master que previa o pagamento de R$ 129 milhões em três anos, de acordo com uma das provas apreendidas pela Polícia Federal durante a operação Compliance Zero, no mês passado.
O contrato citava a prestação de serviços de assessoria e consultoria jurídica prestados por Viviane Barci de Moraes, mediante o pagamento com prioridade de mensalidades de R$ 3,6 milhões a partir do início de 2024. O valor total pago não é conhecido.
A operação Compliance Zero foi deflagrada após a investigação apontar uma fraude de R$ 12 bilhões do Banco Master com o Banco de Brasília (BRB) na venda de carteiras de crédito sem lastro financeiro com a anuência do então presidente da instituição estatal, Paulo Henrique Costa, que foi afastado do cargo. O banqueiro Daniel Vorcaro, dono do Master, foi preso durante a ação e solto na semana passada.
Neste meio tempo, o ministro Dias Toffoli decretou sigilo absoluto e restringiu o acesso aos autos da investigação.
Segundo a apuração da Gazeta do Povo, o contrato do Banco Master com o escritório de Viviane Barci de Moraes foi encontrado no telefone celular de Vorcaro, com detalhes sobre a remuneração e a amplitude dos serviços jurídicos prestados por ela.
Quem é Viviane
Sancionada pela Lei Magnitsky em setembro, a esposa de Alexandre de Moraes, Viviane Barci de Moraes, é advogada, formada pela Faculdade de Direito da Universidade Paulista (Unip) e também tem graduação em Propaganda e Marketing pela Unip.
Juntamente com o marido, Viviane foi assistente de acusação em uma investigação sobre a confusão ocorrida em um aeroporto de Roma em julho de 2023. Na época, Alexandre e o seu filho, Alexandre Barci de Moraes, foram supostamente hostilizados por uma família de brasileiros que os teria chamado de “bandido, comunista e comprado” quando se dirigia à sala VIP no terminal italiano.
Proprietária do Lex Instituto de Estudos Jurídicos, ela também é sócia do escritório Barci de Moraes Sociedade de Advogados, localizado em São Paulo. Procurada, a empresa declarou que não tem nenhum responsável por contatos com a imprensa e não iria se manifestar.
A firma atua nas áreas de direito constitucional, administrativo/regulatório, parcerias público-privadas, relações governamentais, probidade administrativa, elaboração de pareceres, opiniões legais e consultas, atuação nos tribunais de contas, contencioso judicial e administrativo, entre outras áreas do direito.
Viviane, o "braço financeiro"
O Secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, afirmou em um comunicado oficial que Viviane estava sendo sancionada por seu "apoio financeiro" ao marido, acusado por censura, detenções arbitrárias e perseguições políticas.
“Alexandre de Moraes é responsável por uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias e processos politizados — inclusive contra o ex-presidente Jair Bolsonaro”, declarou Bessent. “A ação de hoje deixa claro que o Tesouro continuará a perseguir indivíduos que fornecem apoio material a Moraes enquanto ele viola os direitos humanos.”






