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Vacina
Casos foram registrados entre 529 notificações de “eventos”, mas foram rápidas e não necessitaram de hospitalização.| Foto: Nathalia Aguilar/EFE

O Ministério da Saúde informou nesta sexta (8) que, pelo menos, três pessoas sofreram choque anafilático – reação grave com mais de um sistema do corpo afetado – após a aplicação da vacina da dengue desde o começo da aplicação, no mês passado. O levantamento foi divulgado no final da manhã em uma coletiva de imprensa para atualizar os números da epidemia no país, que já soma 1,3 milhão de casos entre confirmados e prováveis.

Segundo a pasta, a campanha inteira de imunização já recebeu 529 notificações de “eventos” possivelmente associados à vacina Qdenga, dentro de um universo de 365 mil doses aplicadas. Destas notificações, 80% foram classificadas como leves e corriqueiras.

No entanto, 70 delas foram classificadas como reações alérgicas como hipersensibilidade imediata (28), reações locais como vermelhidão e coceira (11), de urticária ou cutâneas (10) e efetivamente 16 com sintomas mais graves como diarreia, manifestação pulmonar como broncoespasmos e tosse, e chegando à anafilaxia em três destes casos.

Eder Gatti Fernandes, diretor do departamento do Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde, explicou que as reações por anafilaxia foram rápidas e não necessitaram de atendimento hospitalar de emergência.

“Todas essas reações são de curto intervalo de tempo após a vacinação, ou seja, a média é de 10 minutos. Todas tiveram o devido acolhimento, foram atendidas e evoluíram para a cura, não houve hospitalizações. Ou seja, são casos que se resolvem imediatamente”, ressaltou.

Ainda segundo Fernandes, os casos foram registrados tanto nas aplicações feitas pelo SUS como nas clínicas privadas. Ele explicou que variaram entre as faixas etárias, sendo o mais novo com quatro anos de idade e o mais velho com 21 anos, em diversos municípios e sem ter um ou outro lote específico da vacina.

Duas das reações aconteceram em Dourados (MS), com crianças de 4 e 6 anos de idade logo no início da campanha, e que se recuperaram sem sequelas, segundo a pasta. “O aumento de anafilaxias não foi visto inicialmente nos ensaios clínicos [da vacina]”, explicou o médico Julio Croda, da Câmara Técnica de Imunizações, que afirmou que o ministério está acompanhando.

Apesar de considerar baixo o número de casos de reação à vacina, o diretor do PNI afirmou que mais registros podem ocorrer devido à falta de notificações em tempo real, já que muitas unidades de saúde carecem de conectividade. Os dados podem demorar até dois meses para chegarem ao ministério, disse.

Os casos levaram o comitê de farmacovigilância do ministério a elaborar uma nota técnica (veja na íntegra) para comunicar o que aconteceu e fazer recomendações, como questionar se a pessoa que vai receber a vacina tem algum histórico de alergia, que aguarde de 15 a 30 minutos na unidade após a aplicação para verificar se terá alguma reação, aplicar em um local que tenha condições de prestar a assistência necessária, e evitar a vacinação concomitante.

“Para o Ministério da Saúde, ela é considerada uma vacina segura e eficaz. A estratégia continua, o sistema de farmacovigilância continua analisando os dados e continuaremos com a nossa vigilância”, completou.

Ainda segundo a pasta, a atual campanha de imunização não visa acabar com a atual epidemia em andamento no país, que já atinge 9 estados. Mas, proteger as crianças e adolescentes no longo prazo.

“É um primeiro passo para a proteção da população brasileira que se inicia conforme recomendação da OMS nessa faixa etária de 10 a 14 anos”, explicou Nereu Henrique Mansano, assessor técnico do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

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