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Angelina Jolie e Brad Pitt anunciam divórcio: seria a atriz um bom exemplo a ser seguido?

Fonte: GLOBO (Foto: )

Juntos desde 2004, Angelina Jolie e Brad Pitt estão se separando. A atriz entrou com um pedido de divórcio nesta segunda-feira alegando “diferenças irreconciliáveis”. A crise final teria sido causada por uma discussão envolvendo os filhos do casal. Boatos sugerem, porém, uma possível traição do marido.

Nada disso vem ao caso aqui. Afinal, esse blog não é de fofoca de celebridades (há quem ganhe a vida com isso). O que pretendo é apenas sugerir uma reflexão acerca da influência que certas celebridades exercem na vida das pessoas comuns, que misturam a beleza, o talento artístico e a fama com exemplos morais, o que pode ser extremamente perigoso.

Abaixo, o trecho de Esquerda Caviar em que faço uma minibiografia da atriz:

Quando lemos a biografia não-autorizada de Andrew Morton sobre a mais sexy celebridade do mundo, o que emerge é a imagem de uma pessoa bastante perturbada, com várias questões pendentes, principalmente com o pai, que a levaram várias vezes a manifestar tendências suicidas.

Angelina Jolie é, em diversos aspectos, digna de pena. Foi abandonada no começo de sua vida, confinada em um quarto vazio e branco com a babá, pois seu pai fora viver com a amante, e a mãe não suportava sua semelhança com o ex-marido. São os mesmos olhos!

Tudo isso provocaria em Angie um distúrbio de ligação com outro ser humano. Ela não gosta de ser abraçada, e considera lágrimas um desperdício de emoção. Teve ainda uma “pulsão de morte” bastante estimulada, experimentou todos os tipos de drogas, e desenvolveu um gosto estranho por automutilação, chegando a cortar os pulsos.

A educação que sua mãe, a também atriz Marcheline, deu-lhe foi bem libertina. Por sugestão da própria, Angie trouxe o namorado para viver junto com elas em casa, isso quando a menina tinha somente catorze anos! Mais tarde, sua mãe, fã dos Rolling Stones, fez de tudo para aproximar a filha do cantor Mick Jagger, apaixonado por ela. Chegariam a ser amantes, mas nada além disso.

Bissexual assumida, Angie sempre gostou de chocar as pessoas. Certa vez, em uma cerimônia do Oscar, deu um beijo na boca de seu irmão e se declarou apaixonada por ele. Seu pai, o ator Jon Voight, tentou várias vezes se reaproximar da filha e convencê-la a procurar ajuda, mas o rompimento entre ambos parece definitivo. Angie chegou a se esconder dele algumas vezes, evitando qualquer contato com o pai desesperado.

E por que isso tudo teria ligação com a esquerda caviar? Apenas pelo fato de que uma pessoa tão comprometida psicologicamente acabaria transformada em embaixadora da Boa Vontade pela ONU, assumindo oficialmente a posição de representante dos desprovidos. Não seria melhor procurar tratamento pessoal antes de tentar salvar o mundo?

Andrew Morton, ao relatar o dia em que Angelina fingira não ter visto seu pai, toca em um ponto-chave:

Essa é uma espécie de metáfora: a embaixadora da ONU rodando freneticamente pelo mundo, cheia de boa vontade com os desprovidos e esquecidos, mas sem nenhuma para com o seu próprio pai.

Angelina partiu em busca da “família arco-íris”, adotando vários filhos em países miseráveis diferentes. Seu primeiro filho, Maddox, foi adotado no Camboja pouco tempo depois de ela ter sido internada em decorrência da separação de Billy Bob. Nesses países, os astros são tratados como deuses e desfrutam de vários privilégios das autoridades.

Até que ponto é eticamente defensável celebridades perturbadas como Angelina e Madonna aplacarem suas angústias e carências com a adoção de meninos como se animais de estimação comprados em uma loja? A colunista Tracy Dingmann, ela mesma uma criança adotada, observou:

Para mim, parece que Jolie está colecionando bonitinhas crianças mestiças, assim como ela coleciona tatuagens.

Angelina foi reconhecida como uma das cem pessoas mais influentes de 2008 pela revista Time. Atores ativistas se tornaram cada vez mais a regra em Hollywood, não a exceção. Sua visão política sequer é de esquerda, e está mais para uma postura independente mesmo. Mas isso não nos impede de refletir sobre até que ponto as estrelas de Hollywood, com suas vidas tresloucadas, devem posar como exemplos de bom comportamento mundo afora.

Em suma, cuidado para não confundir beleza e fama com bons exemplos morais a serem seguidos, e muito cuidado com quem quer “salvar a humanidade”, mas demonstra enorme dificuldade de cuidar do próprio jardim. Angelina Jolie foi e é uma deusa, um ícone para muita gente, para muitas mulheres. Linda, famosa, rica, casada com um galã, independente. Mas será que ela foi e é… feliz?

Dito isso, desejo o melhor para ambos e lamento que qualquer tipo de discrição será impossível para a família, o que afeta negativamente os filhos do casal. É um alto preço a se pagar pela fama, sem dúvida.

Rodrigo Constantino

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