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Bolsonaro e o trabalho infantil: o presidente tem um ponto
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Vou entrar na polêmica da vez criada pelo presidente, ou pela mídia, dependendo do ponto de vista. Bolsonaro relativizou o problema do trabalho infantil, lembrando de sua própria infância, e vários “especialistas” vieram para cima dele alertando que isso vai na contramão do consenso mundial, da tentativa de erradicar o trabalho infantil, já que crianças deveriam focar apenas nos estudos.

Em primeiro lugar, é bom lembrar que o trabalho é um dos mais poderosos caminhos para edificar o ser humano. Aprende-se trabalhando lições importantes para a vida. Mas claro que quando se fala nesse assunto vem à cabeça a imagem de pobres crianças trabalhando numa carvoaria. Os extremos são mesmo terríveis, mas o abuso não deve tolher o uso. Dependendo de qual trabalho a criança executa, ele pode sim ser útil até para a formação de seu caráter. O Barão de Mauá começou a trabalhar aos nove anos!

A jornalista Leda Nagle contou sua experiência pessoal nessa linha, como tantos outros formadores de opinião: “Eu comecei a trabalhar aos 10 anos no Armazém Mineiro , nosso armazém meu, do meu pai da minha mãe. Nós três trabalhamos juntos sempre. Eu ia pro Instituto Santos Anjos onde fui uma das suas melhores alunas e uma coisa nunca atrapalhou a outra”.

Ao ser criticada por alguns, deixou claro que não estava defendendo trabalho em minas de carvão ou prostituição infantil, e acrescentou: “Claro que sou contra exploração de qualquer ser humano, adulto ou criança. Mas eu acho que o trabalho em familia, mantendo o tempo de estudar e o temp de brincar pode sim ser somado ao tempo de trabalhar se preciso for. No meu caso foi assim e foi uma experiência feliz”.

O debate é necessário, de preferência deixando os preconceitos ideológicos e o romantismo de lado. O que todos querem, devemos partir dessa premissa, é o melhor para as crianças. A questão que surge, portanto, é como se obter isso. Não basta repetir que o ideal é a criança nunca trabalhar, pois devemos levar em conta a realidade como ela é, não como gostaríamos que fosse. Condenar qualquer trabalho infantil do conforto da classe alta é fácil; difícil é encontrar alternativas concretas para os filhos dos pobres.

A lei mais básica do ser humano é o instinto de sobrevivência. O governo pode escrever o que quiser em pedaços de papel, mas não pode alterar essa realidade natural, assim como não pode ignorar a lei gravitacional. A proibição legal do trabalho infantil pode ser moralmente desejável, porém não será ela que irá de fato eliminar tal problema social.

Países desenvolvidos, que se aproximaram mais dessa receita capitalista, não enfrentam hoje esses graves problemas de mão de obra semi-escrava ou infantil. No outro extremo, nações miseráveis que foram vítimas de governos interventores e totalitários apresentam elevadas taxas de trabalho infantil. Não adianta criar leis vetando isso, nem pregar códigos de ética bonitos no papel. As forças naturais serão mais fortes, e o uso da mão de obra infantil irá ocorrer de qualquer maneira, mesmo que na ilegalidade. Basta observar em Cuba a quantidade de meninas que se tornam prostitutas, algumas vezes em troca de nada mais que um prato de comida.

Por fim, Bolsonaro disse que se tivesse defendido a sexualização infantil seria aplaudido pelos progressistas, e está certo. Se for para meninos trabalharem de “drag queen” em night clubs todos os progressistas achariam lindo e moderninho. Os valores morais da esquerda estão totalmente invertidos. Talvez seja falta de trabalho…

Rodrigo Constantino

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