O comentarista conservador Charles Krauthammer, que não tem sido benevolente com Trump, atacou o Comitê Nacional Democrata (CND) por sua declaração na segunda-feira criticando o presidente Trump por acusações explosivas feitas em uma reportagem do Washington Post sobre supostos vazamentos para os russos. Ele fez as declarações na Fox News.
“Eu acho que essas declarações do CND são completamente irresponsáveis”, disse ele. “Eles não têm ideia do que foi revelado, eles não têm ideia da gravidade do mesmo”. “Pode ser [grave], talvez não seja, mas isso é apenas puro oportunismo”, continuou Krauthammer. “E uma reação automática”.
“Especialmente desde que sua candidata à presidência estava derramando informações confidenciais”, explicou, “algumas das mais secretas, por um ano e meio e os democratas fingiram que não era um problema ou que deveria ser ignorado. É bastante indecoroso”.
“Dito isto, a questão é que não sabemos qual foi a informação”, continuou. “Provavelmente o conteúdo dela não é o problema. O que parece é que temos um aliado que se infiltrou no ISIS e isso poderia ter ajudado os russos a saber disso e talvez, conhecendo os russos, que a informação tenha chegado em outro lugar. Porque afinal todos os russos são aliados do Irã, Hezbollah, Hamas, e outros. Então a informação pode se espalhar”.
“É algo parecido com o que aconteceu há alguns anos, quando houve um vazamento da filial da Al Qaeda no Iêmen”, explicou ele, “eu acho que eles tinham operações avançadas em termos de explodir aviões escondendo eletrônicos. E ao vazar isso, revelou-se que tínhamos alguém dentro da operação, e isso foi o fim dessa fonte de informação”.
“Portanto, não é como se não tivesse acontecido antes”, concluiu ele, “é possível que não tenhamos certeza de quanto é o vazamento, mas se isso impedisse nossas relações com um aliado que já se infiltrava no interior de uma célula, poderia ser um problema”.
O relatório do Washington Post afirmou que os detalhes mais reveladores que eles recebiam estavam sendo retidos a pedido de suas fontes que não queriam informações classificadas divulgadas.
A história foi negada pelo Conselheiro de Segurança Nacional, H. McMaster, em uma declaração fora da Casa Branca, mas alguns repórteres referiram-se a isso como “não-negação”, porque foi tão cuidadosamente preparada e ele não aceitou nenhuma pergunta da imprensa.
A história foi confirmada por fontes do Buzzfeed, do New York Times, da CNN e da Reuters. Os defensores do presidente que criticavam o relatório como “notícias falsas” evocavam fontes anônimas.
A questão dos vazamentos de informações secretas de segurança é mesmo delicada, e suscita um intenso debate. Até que ponto esses vazamentos servem para manter o estado em xeque, ou até que ponto eles ameaçam a segurança nacional?
Mas uma coisa é certa: a hipocrisia da esquerda no Partido Democrata. Quem defendeu Hillary Clinton por tanto tempo, diminuindo as várias evidências de que ela espalhou ou no mínimo foi pouco cuidadosa com informações secretas, não deveria se mostrar tão chocado e indignado assim com possíveis vazamentos no governo Trump. O duplo padrão, marca registrada da esquerda…
Rodrigo Constantino
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