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Deltan Dallagnol explica a necessidade do lado midiático da Lava Jato: paulada na jararaca!
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Não quero me meter na briga de egos (ou de “market share”) da direita. Sempre achei essa disputa um tanto prejudicial aos reais interesses da nação, que tem pressa, muita pressa. Mas se tiver que escolher um lado entre o “isentão legalista” e a turma nova “sensacionalista”, fico com os antagonistas, e meu ex-colega de blog que me perdoe.

Entendo sua preocupação com os arroubos retóricos e o espetáculo midiático dos procuradores da Operação Lava Jato, que poderiam até mesmo favorecer Lula. Mas acho que ele está errado no geral, como esteve antes, quando criticou os “excessos” desde o começo, na prisão de Marcelo Odebrecht.

Afinal, isso aí é Brasil, e o “império das leis” está em construção. Mas, para tanto, é preciso antes eliminar a ameaça. “Você está dizendo que devemos usar os mesmos meios nefastos para nosso nobre fim, Rodrigo? Isso não seria descer ao mesmo nível do PT?” Não estou dizendo isso. Claro que devemos preservar as leis e a Constituição. Só não podemos virar as costas para o aspecto político da coisa.

Saber jogar com a opinião pública é fundamental aqui. Lula é um “ditador acorrentado”, como constatou Thiago Kistenmacher em artigo para o Instituto Liberal. Parte do combate ao populista autoritário é o uso das leis, como os juízes e procuradores têm feito. E outra parte, sem dúvida, é seu assassinato político, a destruição completa do mito.

Algo que, vale notar, nunca irá acontecer se dependermos dos tucanos. Vide FHC, que sempre dá um jeito de lamentar a situação de Lula, seu velho companheiro, em vez de usar esse momento para avançar sobre sua jugular, desnudando o embusteiro para todo o país. É covardia? É cumplicidade? É empatia? Talvez Freud explique. Mas que é uma postura bem estranha, isso é.

Eis o fato: Lula precisa ser pego pela Justiça e também ser derrotado pela política. E, para tanto, jogar com os sentimentos do povo é crucial, pois só mesmo um “isentão legalista” acha que dá para abrir mão desse instrumento e contar apenas com as leis, quando do outro lado está um cafajeste meio psicopata disposto a “fazer o diabo” para inverter a narrativa e colocar até o juiz Sergio Moro como inimigo do povo.

Deltan Dallagnol explicou ao apresentador Jô Soares essa parte da estratégia de combate ao crime e à corrupção, usando como base o estudo do caso italiano:

Concordo com ele nisso. E por esse motivo acho que Reinaldo Azevedo está errado ao atacar tanto os “excessos” da Lava Jato, enquanto os antagonistas estão certos ao aplaudir mesmo um lado mais “sensacionalista” de nossos justiceiros. Haverá um dia em que será preciso mudar de lado? Talvez. Mas esse dia só chegará quando uma figura perigosa como Lula estiver morto politicamente. Até lá é paulada na jararaca, sem dó nem piedade!

Portanto, meu caro Azevedo, pare de dar munição ao inimigo e vamos unir esforços na luta pela destruição do PT. Você está tentando ser mais realista do que o rei, mais purista do que os jovens idealistas, mais inglês do que os ingleses. Você está no Brasil, com uma república inacabada. E se quer terminar o serviço, como eu quero também, antes é preciso eliminar aquele que pretende destruir qualquer república, não só com as artimanhas e brechas legais, como principalmente pela narrativa invertida que seus soldados espalham por aí. Não dê munição a essa gente podre!

Rodrigo Constantino

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