“Poucas coisas são mais perigosas do que deixar algumas pessoas tomarem decisões cujos custos serão pagos por outras pessoas”, disse Thomas Sowell. É exatamente o que já está acontecendo no Brasil hoje. Manter as contas públicas equilibradas é um desafio constante, pois a tendência é dos governantes gastarem mais do que podem, uma vez que não são eles que pagarão o preço. Quando o governo Fernando Henrique Cardoso conseguiu aprovar a Lei de Responsabilidade Fiscal, apesar da oposição do PT, isso foi um marco do avanço institucional de nosso país., escreveu Thomas Sowell. Quando temos populistas e demagogos tomando tais decisões, pior ainda: temos a garantia de um abuso irresponsável que custará cada vez mais aos que são obrigados a pagar pela fatura.
Qualquer administrador de um lar compreende a importância de não se gastar mais do que ganha, pois isso, inexoravelmente, trará problemas para as finanças familiares, gerando inúmeros riscos de inadimplência e dependência de agiotas ou do cheque especial, que dá praticamente no mesmo. Vale a mesma lógica para o governo.
O estado, afinal, é apenas um instrumento para a administração das coisas públicas, custeado por cada um de nós. O grande perigo é quando ele é encarado como uma abstração pela qual todos querem viver à custa de todos, como alertava Bastiat. Os populistas abusam dessa percepção equivocada dos leigos para transferir custos a ombros alheios, enquanto gastam de forma irresponsável para permanecer no poder.
Foi o que fez o governo Dilma. As contas públicas entraram no vermelho, e ainda há muitos no PT que condenam qualquer tipo de ajuste fiscal. Economistas liderados por Maria de Conceição Tavares, aquela que sempre esteve do lado errado da História, chegaram a assinar documento contra a austeridade fiscal, vista como coisa “neoliberal”. Ou seja, a esquerda gosta mesmo da irresponsabilidade que pune os trabalhadores pagadores de impostos!
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira publicou um artigo no GLOBO hoje sobre o assunto, afirmando que não aguentamos mais pagar pela irresponsabilidade dos governantes perdulários. Diz ele:
Já faz tempo que as contas públicas brasileiras me provocam pesadelos. Agora, o assunto tornou-se motivo de insônia. Em setembro, tivemos o quinto mês consecutivo, e o pior resultado mensal dos últimos vinte anos. No ano, o setor público acumula déficit de R$ 15 bilhões, quando se comprometeu a economizar mais de R$ 90.
[…]
De fato, a aventura fiscal passou do ponto. E o risco é novamente a sociedade brasileira ter que pagar a conta. Afinal, é isso que a história econômica brasileira nos mostra. Até a década de 1990, a inflação fechava as contas públicas de duas maneiras: diminuindo o valor real das despesas e gerando o imposto inflacionário necessário para cobrir a diferença remanescente entre o gasto efetivo e a arrecadação de impostos.
[…]
De novo não! Já trabalhamos mais de cinco meses por ano para pagar tributos, e definitivamente não queremos voltar a ver nosso dinheiro derreter ao longo do mês por conta da inflação. Não dá mais para o país inteiro sempre pagar a conta da irresponsabilidade fiscal de diferentes governos.
É preciso interromper este padrão de comportamento da política fiscal com um ajuste verdadeiro dos gastos públicos. Isso liberaria recursos para o setor produtivo, permitindo ao país retomar uma trajetória de crescimento saudável e sustentável. Tenho certeza de que os meus colegas empresários — e toda a sociedade brasileira — estão comigo nessa briga.
Sim, todos aqueles que têm um pingo de juízo, que entendem minimamente o funcionamento do governo e como ele se financia, que sabem como custa caro ao país como um todo bancar a orgia fiscal dos governantes populistas, e que não suportam mais labutar até maio só para arrecadar os tributos e impostos estão com você nessa briga.
Do outro lado, estão os inconsequentes, os demagogos, os analfabetos econômicos e todos os consumidores de impostos, pagos por nós. Os eleitores do PT, enfim.
Rodrigo Constantino
-
Estado brasileiro normaliza iniciativas para blindar autoridades de críticas
-
A história sendo escrita agora: nas universidades, impeachment de Dilma vira “golpe de 2016”
-
Senado debate inteligência artificial nas eleições, mas não considera riscos globais da tecnologia
-
Uma farsa eleitoral sem observadores, mas visível aos olhos de todos
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS
Deixe sua opinião