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Brasil e China estreitam laços comerciais e isso é positivo
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quarta-feira (13), que os governos do Brasil e da China estão considerando um acordo de livre comércio entre os dois países. A afirmação foi feita durante a Cúpula do Brics, que ocorre em Brasília nesta semana.

O acordo com a China, segundo o ministro, seria o próximo grande passo da política externa do governo Bolsonaro na área econômica. “O Brasil, por 40 anos, ficou isolado. Após oito anos parados com o Mercosul, nós demos um passo importante e concretizamos o nosso acordo. E isso foi apenas um primeiro passo, porque logo depois fizemos um acordo com a União Europeia. E agora estamos conversando com a China sobre a possibilidade de considerarmos um 'free trade area' [área de livre comércio] também com a China, ao mesmo tempo em que falamos em entrar na OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico].”

Guedes criticou, ainda, a demora de gestões anteriores em abrir a economia brasileira para o mercado internacional, e disse que o objetivo do atual governo é buscar cada vez maior abertura. “Queremos nos integrar às cadeias globais. Perdemos tempo demais. Temos pressa”, afirmou.

“Eu não me incomodo se, em uma situação de superávit [do Brasil hoje] com a China, nós nos equilibrarmos ali à frente, aumentando as exportações em 50% e as importações dobrando ou mesmo triplicando. O que nós queremos é mais integração ainda”, afirmou o ministro.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (13) que o Brasil quer "diversificar as relações comerciais" com a China e agradeceu o governo chinês por ter defendido a "soberania da Amazônia" brasileira. "Os acordos assinados, bem como os protocolos de intenção, serão potencializados por nós para o bem dos nossos povos", acrescentou o presidente brasileiro.

"A China cada vez mais faz parte do futuro do Brasil. O nosso governo vai cada vez mais tratar com o devido carinho, respeito e consideração esse gesto do governo chinês", concluiu.

O governo está certo. A questão do superávit comercial é praticamente irrelevante, resquício de uma mentalidade mercantilista que enxerga exportação como algo positivo e importação como algo negativo. Até Trump costuma cometer esse erro nacionalista bobo. Ou seja, é ótimo sinal que Bolsonaro se distancie do seu ídolo político nesse aspecto.

Mas claro que a China traz outros problemas, por se tratar de uma ditadura e um regime econômico sem livre mercado. Há muita pirataria, desrespeito às regras internacionais de direito de propriedade intelectual, subsídios etc. Não obstante, é impossível ignorar seu enorme mercado consumidor, e também seu setor produtivo competitivo, especialmente em manufaturados. Comprar mais barato produtos chineses significa insumo para produtores brasileiros ou recursos extras para consumidores brasileiros gastarem em outros setores ou pouparem, o que serve para investimentos.

Guedes e Bolsonaro estão sendo, portanto, pragmáticos, aquilo que boa parte da imprensa cobrava do governo, principalmente do presidente. Em campanha, Bolsonaro adotou tom um tanto duro com a China. É alvissareiro, então, que tenha se dado conta da necessidade de ter bom relacionamento comercial com o dragão chinês.

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