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O nacionalismo negro
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“O racialismo exibe-se, agora, como ele realmente é: um programa de divisão dos brasileiros segundo o critério envenenado da raça.” – Demétrio Magnoli

Thomas Sowell já havia alertado: uma vez que programas de ações afirmativas são adotados, raramente são temporários e quase sempre se expandem. É o que estamos vendo no Brasil de hoje. As cotas raciais, que segregam o povo com base no esdrúxulo conceito de raça (para combater o racismo!), vão chegar ao Congresso, aos cargos públicos, a todo lugar no que depender dos seus defensores.

Demétrio Magnoli, em artigo no GLOBO, desmascara as reais intenções dessa turma. Nunca bradam abertamente seus reais objetivos, pois sabem que haveria muita rejeição. Por isso usam tantas máscaras, e procuram monopolizar os fins nobres, quais sejam, ajudar os negros e combater o racismo. Se você se coloca contrário aos meios por eles pregados, você só pode ser contra seus fins louváveis! Diz Demétrio:

As diferenças históricas entre EUA e Brasil têm implicação direta na gramática do discurso político. Lá, o nacionalismo negro é uma proposição clara, que provoca um debate público informado — e, quando Barack Obama se define como mestiço, emerge uma resposta desconcertante no cenário conhecido da polaridade racial. Aqui, os arautos do nacionalismo negro operam por meio de subterfúgios, escondendo-se atrás do pretexto fácil da desigualdade social — e encontram políticos oportunistas, juízes populistas e intelectuais preguiçosos o suficiente para conceder-lhes o privilégio da prestidigitação.

“Tirem a máscara!” — eis a exigência que deve ser dirigida aos nossos racialistas, na hora em que apresentam a PEC do Parlamento Racial. Saiam à luz do dia e conclamem o Brasil a escrever uma nova Constituição, redefinindo-se como um Estado binacional. Digam aos brasileiros que vocês não querem direitos iguais e oportunidades para todos numa república democrática, mas almejam apenas a condição de líderes políticos de um movimento racial. Vocês não têm vergonha de ocultar seu programa retrógrado à sombra da persistente ruína de nossas escolas públicas?

Não, eles não têm vergonha. Se tivessem, não defenderiam as cotas raciais, não tentariam dividir o Brasil em dois, não rotulariam as intenções daqueles que deles discordam. Fazem tudo isso porque não têm vergonha. Vão acabar criando conflitos raciais em um país mestiço. Vão prejudicar os pobres que têm a cor de pele mais clara à custa de uma elite parda.

Mas ai de quem falar isso abertamente! Para uma Míriam Leitão da vida, será logo tachado de “direita hidrófoba”, que não foca nos argumentos e só quer fama. Ela, que não liga para fama, dinheiro ou vaidade, e só foca nos argumentos, dirá logo que a cor da pele é um argumento definitivo. E se alguém tradicionalmente de esquerda como o sociólogo Demétrio Magnoli não concordar, ele que vá para o rol dos reacionários raivosos!

PS: Deu no Ancelmo Gois hoje que outro sociólogo, Paulo Delgado, teria dito sobre a frustração de muitos com Obama: “Todo mundo pensava que ele era preto. Mas depois descobriram que ele é mesmo… americano”. Confirma isso, produção? Pode isso, Arnaldo? Isso é racismo reverso, claro! Mas esse pode, pelo visto. Sowell, citado logo no começo, é negro e americano. Mas vai ver ele é só americano, coisa ruim, e traidor de sua “raça”. Conheço pouca gente tão racista quanto aqueles que juram lutar contra o racismo e enxergam o mundo dividido apenas em raças…

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